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Dólar volta a fechar acima de R$ 3,90 e Bolsa sobe 1,46%

Ibovespa avançou puxado por alta da Petrobrás e, em cinco dias consecutivos de ganhos, acumula valorização de 5,85%

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e Paula Dias
Atualização:

O dólar voltou a subir nesta quarta-feira e teve o pior desempenho ante a divisa norte-americana considerando uma cesta de 16 moedas. O dia, porém, foi de poucos negócios, por conta do feriado nos Estados Unidos, e o Banco Central seguiu fora do mercado de câmbio, marcando a oitava sessão consecutiva sem leilão extraordinário de swap.

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A instituição fez apenas o leilão de rolagem dos contratos que vencem em agosto, em operação que somou US$ 700 milhões. O dólar à vista fechou em R$ 3,9131, com valorização de 0,40%, e, após uma manhã volátil, firmou alta na parte da tarde e voltou ao maior nível desde 7 de junho, quando bateu em R$ 3,9146.

Na sessão desta quarta-feira, por causa do dia da Independência nos EUA, o volume de negócios no mercado brasileiro ficou bem abaixo da média de outros dias. Foto: Epitácio Pessoa/AE

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"O dia hoje foi todo influenciado pelo dólar no exterior", disse um diretor de uma corretora de câmbio, destacando que a moeda subiu ante divisas como a da África do Sul, Argentina e Rússia, mas caiu ante o peso mexicano. O profissional ressalta que, além de olhar o dólar lá fora, a expectativa por eventos que acontecem ainda esta semana fazem o investidor adotar uma postura de cautela, pressionando as cotações para cima na sessão de hoje. Amanhã o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) divulga a ata da mais recente reunião de política monetária dos EUA, que elevou os juros pela segunda vez este ano e projetou mais duas altas.

"Vamos avaliar a ata para buscar pistas do que seria necessário para o Fed se desviar de sua atual cadência de subir os juros quatro vezes este ano", escrevem os economistas do banco canadense BMO Capital Markets. Além da ata do Fomc, será divulgado na sexta-feira o relatório mensal de emprego (payroll) dos EUA, com dados de junho.

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Na sessão desta quarta-feira, por causa do dia da Independência nos EUA, o volume de negócios no mercado brasileiro ficou bem abaixo da média de outros dias. No mercado futuro, o giro foi de apenas US$ 5,9 bilhões, um terço de dias normais. No segmento à vista, foi de US$ 425 milhões, também três vezes menor que pregões normais. 

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O último dia que o BC fez leilão de novos contratos de swap foi na sexta-feira, 22 de junho, com oferta de US$ 1 bilhão. Na quarta-feira da semana passada, 27, o BC entrou no mercado por meio de leilão de linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra), com US$ 2,4 bilhões. Para o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior, a ausência do BC no mercado por todos estes dias seguidos sem novas intervenções dificulta a queda do dólar para próximo dos R$ 3,80. Com isso, a moeda tem oscilado ao redor dos R$ 3,90.

Bolsa. Com as bolsas de Nova York fechadas devido ao feriado de independência nos Estados Unidos e o volume de negócios reduzido a menos da metade da média das últimas semanas, o Índice Bovespa sustentou o sinal positivo nesta quarta-feira e fechou em alta pelo quinto pregão consecutivo. O principal índice de ações da B3 terminou o dia aos 74.743,11 pontos, em alta de 1,46%. Os ganhos foram impulsionados pelo noticiário doméstico positivo para as estatais brasileiras, cujas ações dispararam, contagiando a Bolsa como um todo.

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À tarde, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que somente passará a valer em 2019 a regra que determina um prazo de 150 dias para o envio de informações do governo para análise do TCU, antes da publicação do edital de privatização. Esse prazo inviabilizaria o leilão de excedente da cessão onerosa da Petrobras, que deve render cerca de R$ 100 bilhõesao caixa do governo. 

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Com a notícia, as ações da Petrobrás abandonaram o terreno negativo e passaram a subir, chegando ao fechamento do pregão com altas de 4,86% (ON) e 5,43% (PN). Os papéis da Eletrobras, que já eram destaque de alta, por conta da aprovação do projeto de lei que abre caminho para a privatização em regime de urgência das distribuidoras, aceleraram o ritmo e foram de longe as maiores altas do Ibovespa, com ganhos de 17,99% (ON) e 16,61% (PN). 

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Félix, confirmou ao Broadcast que a decisão do TCU viabiliza a realização do leilão do óleo excedente da cessão onerosa ainda neste ano. "Saudamos decisão do TCU. Vamos programar leilão do óleo excedente da cessão onerosa para 29 de novembro", afirmou.

"O governo se articulou e conseguiu neutralizar a decisão que travava o leilão. Foi um dia de noticiário doméstico positivo. Mesmo a queda da produção industrial, mais cedo, acabou ficando abaixo do previsto", disse Rafael Bevilacqua, estrategista da Levante Ideias de Investimento. 

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"As ações da Petrobrás são as meninas dos olhos do mercado. Se elas vão bem, o mercado deslancha. Mas a semana reserva ainda eventos internacionais importantes, principalmente no que diz respeito à tensão comercial envolvendo Estados Unidos e China", ponderou Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da Hcommcor.

Os negócios do dia somaram R$ 5,5 bilhões, contra R$ 13 bilhões da média diária registrada em junho. Em cinco dias consecutivos de ganhos, o Ibovespa acumula valorização de 5,85%, reduzindo a perda acumulada do ano para 2,17%. 

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