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Dona das marcas GE e Dako quer desbancar Brastemp

Por Agencia Estado
Atualização:

A mexicana Mabe, dona das marcas GE e Dako no Brasil e a maior fabricante de fogões, geladeiras e máquinas de lavar da América Latina, quer liderar as vendas desses produtos no País, desbancando a Whirlpool, dona da Brastemp e da Consul. O Brasil é o único país do continente latino-americano no qual a Mabe atua em que ela não está no topo do mercado, diz a empresa. Para isso, a companhia está investindo até o fim do ano que vem US$ 120 milhões em aumento da capacidade de produção das fábricas, em desenvolvimento e divulgação de novos produtos, como as máquinas de lavar situadas num estágio intermediário entre as semi-automáticas (conhecidas como tanquinhos) e as automáticas. A estratégia também inclui o lançamento de uma nova marca de eletrodomésticos para os consumidores que estão entre as classes B e C. "Agora é o tempo para a Mabe no Brasil", afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo o presidente da companhia para o Mercosul, Patricio Mendizábal. Essa foi a mensagem que ficou da reunião do conselho da empresa realizada na semana passada na sede do grupo, no México, da qual ele participou. Desde que assumiu há seis meses a presidência da empresa no Brasil, pela primeira vez Mendizábal expôs publicamente os planos para o País. Com 18,8% dos volumes vendidos de geladeiras, fogões e máquinas de lavar no primeiro trimestre do ano, líder no segmento de fogões (com 30% do mercado), mas atrás da Whirlpool e da Electrolux nos refrigeradores (tem 12% de participação) e nas máquinas de lavar (7%), a companhia quer chegar ao topo do varejo de eletrodomésticos, mas comendo pelas bordas. "O primeiro passo é sermos o segundo do mercado em três anos nas três linhas de produtos, mas em faturamento", disse Mendizábal. Segundo ele, de nada adianta ser o segundo do mercado em número de unidades vendidas. Cauteloso, o executivo, que até março ocupava o cargo de diretor-comercial do grupo no México, vê oportunidades de crescimento no Brasil no segmento de linha branca, abalado pelo forte apelo de consumo da TV de plasma, do celular e do DVD. "Os fabricantes de linha branca querem apaixonar o consumidor com seus produtos e não estão conseguindo." O que está errado, segundo ele, é a estratégia de tentar vender algo para o qual o produto originalmente não foi feito. "Geladeira que fala não vai vender", ironizou. Para ele, a chave do sucesso é fazer eletrodomésticos que facilitem a vida do consumidor nas tarefas básicas, como a limpeza do fogão e o degelo do refrigerador, por exemplo. Na opinião do executivo, os eletrodomésticos da linha branca não têm apelo emocional e o argumento de vendas é a economia de tempo nos afazeres domésticos. Expansão Ele observou que o segmento com maior oportunidade de expansão é o de máquinas de lavar. Hoje, 75% dos lares brasileiros têm esse produto, enquanto no caso dos fogões esse índice é de 99%. Das 4 milhões de lavadoras de roupas vendidas por ano no País, 50% são máquinas automáticas e a outra metade é de tanquinhos. A Mabe também pretende lançar no ano que vem uma nova marca de eletrodomésticos para os consumidores que estão entre as classes B e C, onde existe uma lacuna. São aqueles com disponibilidade para gastar entre R$ 700 e R$ 1,5 mil com um eletrodoméstico, mas com pagamento financiado. Mendizábal disse que a nova marca, ainda não escolhida, deverá ser aprovada pelo conselho do grupo no mês que vem.

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