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Dow Jones tem maior queda desde março de 2003

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado norte-americano de ações fechou em queda forte. No caso do índice Dow Jones, a queda de hoje foi a maior, em pontos, desde março de 2003. No caso do Nasdaq, este foi o sétimo pregão consecutivo de quedas, o que não acontecia desde 2001; o Nasdaq passou a acumular queda no ano de 2006 (-0,43%; o Dow acumula uma alta de 4,55%). O mercado reagiu ao índice de preços ao consumidor (CPI) de abril. O núcleo do índice, que exclui os preços de energia e alimentos, subiu 0,3%, acima das previsões. A alta anualizada do núcleo do CPI ficou em 2,3%, acima dos 2% que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) costuma considerar confortáveis. "Ao conectar os pontos, os dados de hoje significam que temos uma inflação levemente mais alta, o que implica que o Fed poderá ter que elevar as taxas de juro mais do que se esperava. As pessoas tiveram uma reação tão forte porque não se trata apenas do CPI. Ao longo da última semana, tivemos a reunião do Fed e a divulgação do indicador de preços das importações, cujo componente inflacionário também foi mais alto do que se previa", comentou o estrategista Robert Morgan, da Janney Montgomery Scott. O analista-chefe da Jefferies, Art Hogan, lembrou que vários indicadores deverão ser divulgados antes da próxima reunião do Fed, nos últimos dias de junho. "Infelizmente, a volatilidade vai persistir por algum tempo", disse Hogan. Na Chicago Board Options Exchange (CBOE), o índice de volatilidade VIX deu um salto de 2,86 pontos, ou 21%, para 16,21 pontos (nível mais alto desde outubro de 2005). O VIX é derivado das opções sobre o índice S&P-500 e reflete a expectativa de volatilidade futura. Sua alta forte é sinal de que os investidores estão comprando opções de ações na tentativa de se proteger contra futuras oscilações do S&P-500. "Acho que isso é uma possibilidade. Existe uma falta de confiança de que o Federal Reserve vai combater a inflação no grau necessário. Essa é parte da razão pela qual tivemos uma alta tão forte dos preços das commodities e uma debilidade tão grande do dólar. Agora, isso está transbordando para o mercado de ações", comentou a estrategista-chefe da Kimelman & Baird, Bernadette Murphy. Entre os destaques negativos do pregão estava Applied Materials, com queda de 5,2%, depois de a empresa divulgar resultados; isso afetou outras ações do setor de tecnologia, como Intel (-2,10%). Das 30 componentes do Dow Jones, a única a subir foi Hewlett-Packard, com alta de 3,38%, em reação a seu informe de resultados. As da General Motors caíram 4,19%, depois de a empresa anunciar o afastamento de dois executivos da área contábil. As da Boeing caíram 3,04%, depois de seu executivo-chefe falar em desaceleração nas encomendas de aviões comerciais. As da DuPont recuaram 2,08%, depois de a empresa anunciar que vai elevar os preços devido às altas das matérias-primas. O índice Dow Jones fechou em queda de 214,28 pontos (1,88%), em 11.205,61 pontos. A mínima foi em 11.174,38 pontos e a máxima em 11.410,13 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 33,33 pontos (1,50%), em 2.195,80 pontos, com mínima em 2.193,87 pontos e máxima em 2.222,38 pontos. O Standard & Poor's-500 caiu 21,77 pontos (1,68%), para 1.270,31 pontos. O NYSE Composite recuou 188,19 pontos (2,24%), para 8.199,38 pontos. O volume negociado na NYSE alcançou 2,096 bilhões de ações, de 1,696 bilhão ontem; 584 ações subiram, 2.779 caíram e 104 fecharam nos mesmos níveis de ontem. No Nasdaq, o volume alcançou 2,381 bilhões de ações negociadas, de 2,022 bilhões ontem, com 828 ações fechando em alta e 2.249 em queda.

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