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Dúvidas sobre o petróleo pressionam bolsas da Ásia, mas chinesas avançam

Acordo para limitar produção da commodity ainda é frágil e depende da participação de outros grandes produtores; mercados da China ganharam fôlego com promessa de maior suporte ao setor industrial

Por Sergio Caldas
Atualização:
As ações chinesas subiram com a demanda por ações de infraestrutura ajudando o mercado Foto: REUTERS/Kim Kyung-Hoon

SÃO PAULO - As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta quarta-feira, com algumas delas pressionadas por dúvidas sobre a implementação de um acordo para limitar a produção de petróleo. Os mercados chineses foram a principal exceção, com valorização de mais de 1%, após Pequim prometer maior suporte ao setor industrial.

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Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,03% hoje, a 18.924,57 pontos, enquanto na bolsa australiana, a principal da Oceania, o índice S&P/ASX 200 recuou 0,6%, a 4.882,10 pontos.

As ações de energia da Austrália tiveram queda de 4,2% e as de Hong Kong, de 3,2%, em meio ao ceticismo dos investidores em relação a um acordo entre Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Catar para manter a produção de petróleo nos níveis de janeiro.

O sucesso do acordo, que foi anunciado ontem em Doha, depende da participação de outros grandes produtores e o Irã, por exemplo, já demonstrou não estar disposto a limitar sua produção. Nesta manhã, ministros da área deverão se reunir em Teerã para discutir a eventual participação dos iranianos no esforço coordenado.

O tom foi igualmente negativo nos negócios da Coreia do Sul, que registrou baixa de 0,23% no índice Kospi, a 1.883,94 pontos.

Na China, por outro lado, as bolsas reverteram perdas de mais cedo e terminaram o dia no azul, acelerando ganhos na última hora de pregão. O Xangai Composto, principal índice acionário chinês, subiu 1,1%, a 2.867,34 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, de menor abrangência, avançou 1,4%, a 1.847,65 pontos.

O bom desempenho das ações chinesas foi atribuído à promessa feita ontem por reguladores em Pequim de oferecer mais incentivos ao setor industrial, que vem sofrendo com o excesso de capacidade em meio à desaceleração da segunda maior economia do mundo.

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Além disso, autoridades na China têm feito uma série de comentários numa tentativa de reduzir preocupações sobre as saídas de capital dos últimos meses. Em parte para conter essas saídas, o PBoC, como é conhecido o BC chinês, já injetou 50 bilhões de yuans (cerca de US$ 7,6 bilhões) no sistema bancário desde o começo da semana.

O porta-voz do Ministério de Comércio chinês, Shen Danyang, por sua vez, afirmou hoje que não há motivo de preocupação sobre uma eventual depreciação sustentada do yuan, ecoando o que disse o presidente do PBoC, Zhou Xiaochuan, no fim de semana.

Em mercados menores da Ásia, a sessão foi de ganhos marginais em Taiwan, com alta de 0,03% no índice Taiex, a 8.214,25 pontos, e em Manila, onde o filipino PSEi teve leve avanço de 0,19%, a 6.756,82 pontos.

(Com informações da Dow Jones Newswires)

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