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Eike consegue R$ 1 bi para sua 'mini-Vale'

Por Agencia Estado
Atualização:

O empresário Eike Batista conseguiu levantar R$ 1,03 bilhão junto a investidores para criar uma nova empresa de mineração e siderurgia, a MMX Mineração e Metálicos S.A. A iniciativa é inédita no Brasil. Nunca um empresário conseguiu reunir tanto dinheiro no mercado para um projeto embrionário. Esta é a maior Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações já realizada no País. Além disso, a criação da MMX mostra o surgimento de um novo tipo de negócio no Brasil, muito comum no Canadá. Trata-se da aposta de investidores em projetos de mineração que só existem no papel, que oferecem muitos riscos, mas também lucros elevados. Os papéis da MMX, que tem um valor inicial de R$ 815,00 por ação, entram hoje no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo. Eike Batista e os diretores da empresa participarão da abertura do pregão, numa solenidade que marca a negociação das ações da empresa. A expectativa é que até a conclusão da oferta - no dia 29 de agosto -, o projeto consiga atrair mais R$ 155 milhões, o que elevaria a captação total para o projeto a R$ 1,185 bilhão. A dúvida inicial sobre o sucesso do lançamento da MMX deu lugar à comemoração. "A mini-Vale vai decolar", disse Eike Batista a um amigo, após o resultado da operação financeira. Por contemplar três empreendimentos de mineração e siderurgia, a MMX foi comparada a uma mini-Vale do Rio Doce. A Vale é a maior empresa de extração e exportação de minério de ferro do mundo. O projeto da MMX é formado por três sistemas de produção de minério de ferro e processamento da matéria-prima. Os projetos ficam no Amapá, em Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais. A previsão da empresa é chegar a uma produção de 37 milhões de toneladas de minério por ano até 2011. Avaliações de mercado chegaram a estimar a necessidade da MMX captar R$ 2 bilhões. A captação de metade deste valor, entretanto, não foi considerado um resultado ruim. "O Eike aproveitou bem uma janela de oportunidade. Se tivesse feito a mesma oferta há três anos não teria obtido R$ 1 bilhão", disse um analista que preferiu não se identificar. A MMX pretende, informou uma fonte do mercado, listar as ações da empresa nas bolsas de Toronto e de Londres. O pedido deverá ser feito até novembro. Com isso, o número de fundos que podem ter acesso aos papéis emitidos pela MMX pode triplicar. A empresa também tem a intenção de pedir à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorização para negociar as ações no varejo.

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