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Eletrobrás sai de prejuízo para lucro de R$ 462,3 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

A Eletrobrás registrou lucro líquido de R$ 462,3 milhões no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 612 milhões no mesmo período do ano passado. O acumulado no semestre totaliza lucro de R$ 320,4 milhões, contra prejuízo de R$ 36,4 milhões na primeira metade de 2005. Segundo nota da Eletrobrás, três fatores contribuíram para a melhoria dos resultados da companhia este ano. O principal deles foi o câmbio. No ano passado, houve a valorização do real frente ao dólar de 11,84% entre abril e junho, enquanto no mesmo período de 2006 a valorização do real frente ao dólar foi de apenas 0,37%. No semestre, a variação do real em relação ao dólar ficou em 7,54%, na comparação com 11,46% em igual período do ano passado. Como a empresa é credora em dólares, especialmente em operações de empréstimos para Itaipu Binacional, ela perde quando o câmbio se valoriza. Esse movimento foi mais intenso em 2005 e se reduziu este ano. Outro ponto destacado pela companhia foram os ganhos financeiros decorrentes da conversão de empréstimos compulsórios em participação acionária no final do ano passado, no valor de R$ 3,5 bilhões. A conversão gerou ganhos de R$ 273 milhões no primeiro semestre. O terceiro fator foram os empréstimos e financiamentos concedidos, que provocaram ganhos de R$ 1 bilhão na primeira metade de 2006, destaca a nota. Receita A receita líquida da Eletrobrás somou R$ 9,653 bilhões no primeiro semestre, com queda de 6,0% em relação a igual período do ano passado, segundo dados divulgados hoje pela holding estatal de energia elétrica. Nesse total estão incluídas as receitas das controladas da Eletrobrás - Chesf, Furnas, Eletronorte, Eletronuclear, CGTE e Eletrosul - além de distribuidoras regionais do Piauí, Ceará, Amazonas, Rondônia e Roraima. Considerando apenas as receitas da controladora, a queda foi de 10,0%, para R$ 3,720 bilhões no semestre. A Eletrobrás não divulgou dados de receita referentes ao segundo trimestre. A empresa provisionou R$ 460 milhões para créditos de liquidação duvidosa, sendo R$ 350,847 milhões referentes a operações com a Eletropaulo. A estatal afirma já ter sentença judicial "transitada em julgado", mas a distribuidora de energia elétrica que atende a região metropolitana de São Paulo não quitou a dívida. Em vista disso, a holding "conservadoramente" optou por fazer provisões desses créditos. Além dessas operações, a empresa tem R$ 109,595 milhões referentes a outros créditos. A companhia encerrou o semestre passado com uma carteira de empréstimos e financiamentos no valor de R$ 36,240 bilhões, com aumento de 1,76% em relação ao final do primeiro semestre de 2005. Desse total, cerca de 44% (R$ 16,071 bilhões) estavam indexados ao dólar norte-americano, com o destaque para os créditos à Itaipu. Os empréstimos indexados ao IGP-M somavam R$ 9,601 bilhões (26,5% do total), os indexados ao iene somavam R$ 558 milhões (1,54%) e outros R$ 1,049 bilhão (2,90%) estavam vinculados ao euro. Os empréstimos em real, sem indexadores, somavam R$ 8,96 bilhões no final de junho (24,72% do total).

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