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Eletrobrás usará caixa e financiamento do BNDES para novas usinas

Por Agencia Estado
Atualização:

Para financiar as usinas adquiridas no leilão do ano passado, a Eletrobrás está negociando empréstimos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com bancos no exterior. "Ainda não temos nada fechado, mas não há qualquer dificuldade neste sentido", afirmou o diretor de Finanças e Relações com Investidores, José Drumond Saraiva. No ano passado, as empresas do grupo conquistaram em leilão a concessão de cinco usinas: Paulista, Simplício, Passo São João, Baguari e Retiro Baixo. As três primeiras sem parceiros, o que dificulta o empréstimo do BNDES, em razão da resolução 2.728 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que proíbe financiamentos a empresas públicas. A opção é fazer uma operação por meio da garantia de duplicadas. Saraiva disse que as negociações com o banco de fomento caminham bem e todo o cronograma das obras será cumprido. "Temos que entregar a energia a partir de 2010, se as usinas não estiverem prontas seremos obrigados a comprar no mercado à spot (vista), onde o preço pode estar baixo, mas também poderá ser alto", diz Saraiva, garantindo que por essa razão não há nenhuma possibilidade de atrasos. Para provar que o grupo não enfrenta dificuldades de financiamento, Saraiva fala de empréstimos que estão saindo neste momento para financiar outras obras. Ele contou que a Eletrobrás acabou de fechar um financiamento de 38 milhões de euros com o banco alemão KFW Bankengruppe, que será utilizado para a construção de quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em Santa Catarina. O valor corresponde a 60% do investimento necessário. Também acabou de ser aprovado um financiamento de US$ 430 milhões para a usina Candiota II, fase C. O dinheiro virá do Banco de Desenvolvimento da China e do PNB Paribas e cobrirá 100% do investimento. O prazo de pagamento é de 15 anos e o custo ainda está em negociação. Saraiva acredita que a taxa deve ficar em torno de libor mais 1,2%. "Esse é um acordo direto entre os governos do Brasil e da China, mas já está aprovado", diz. Também não está descartado o uso de caixa próprio para financiar alguns projetos. "No caso de Passo São João, por exemplo, poderemos construir com nossos recursos", afirma o diretor. Essa é uma hidrelétrica relativamente pequena, com capacidade de 77 MW e com investimento previsto de R$ 267,5 milhões. Saraiva não quis comentar os planos da Eletrobrás para os três grandes projetos na área de geração que vêm sendo discutidos no governo: as hidrelétricas de Madeira e Belo Monte, no Amazonas, e a reativação do programa nuclear com a construção de Angra III. "As duas primeiras dependem de licitação e a usina nuclear é uma decisão de governo", afirmou. Com o projeto, o Brasil já gastou US$ 750 milhões na compra de equipamentos e para a conclusão da usina serão necessários em torno de US$ 2,5 bilhões a US$ 2,6 bilhões. Como a usina nuclear é monopólio da União, caso a decisão seja por concluir a obra, a Eletrobrás terá de buscar financiamento.

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