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Empresa imobiliária da Camargo Corrêa inicia oferta de ações

Por Agencia Estado
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Quando a Camargo Corrêa lançou seu primeiro empreendimento residencial, em 2003, o principal executivo da companhia, Roberto Perrone, prometeu colocá-la entre as maiores do mercado em quatro anos. Se depender de caixa, é bem provável que a meta seja cumprida. Ontem, a empresa anunciou a distribuição pública primária e secundária de 35.999.999 ações ordinárias . A captação pode chegar a R$ 594 milhões. As ações começarão a ser negociadas no dia 31 de janeiro no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo. A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) foi criada em 1996 para administrar imóveis do grupo. Na época, nem o mercado e nem a própria Camargo Corrêa deram grande importância ao negócio. Em sete anos, ela chegou a construir alguns prédios comerciais, mas sem muita ambição. A empresa cresceu razoavelmente rápido a partir de 2003. As receitas líquidas da CCDI saltaram de R$ 10,5 milhões em 2003 para R$ 79,4 milhões dois anos depois. No ranking de 2005 da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), a CCDI já aparecia na sétima posição na lista de incorporadoras e de construtoras da região metropolitana de São Paulo. Na opinião do consultor da Embraesp, Mauro Peixoto, a CCDI tem duas características, além do dinheiro em caixa, que lhe dão cacife para brigar pelo topo. A primeira é o know-how de engenharia. A segunda é uma herança do fundador do grupo, Sebastião Camargo. "Ele não economizava em qualidade. O retorno poderia até demorar mais para aparecer, mas o resultado disso era que os prédios ficavam com um custo de manutenção baixo. A CCDI manteve essa filosofia", diz Peixoto. O grande foco da empresa é o segmento residencial - responde por quase 80% dos lançamentos. A maioria é de alto e médio padrão. A empresa entrou no Rio de Janeiro no ano passado e tem planos de expandir para outras regiões do País para diversificar seu perfil de risco. A Camargo terá de disputar o mercado com outros competidores não menos ambiciosos. Cyrela e Gafisa puxaram a fila das empresas imobiliárias na Bovespa. Na terça-feira, a Tecnisa obteve o seu registro para oferta inicial de ações concedido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Even, outra empresa que cresceu rápido em pouco tempo, aguarda o sinal verde da CVM. Planos A CCDI pretende usar mais da metade do dinheiro de captação (60%) para o lançamento de novos empreendimentos. Outros 20% serão usados na compra de terrenos. Ela vai reservar 15% para capital de giro. Coordenadores da oferta das ações estimam que o preço do papel deverá ficar entre R$ 12,00 e R$ 16,50, o que levaria a operação a movimentar, no mínimo, R$ 432 milhões. Se for considerado o valor estimado mais alto e as opções de lotes suplementar e adicional, a operação poderá chegar perto dos R$ 800 milhões. A oferta inicial poderá ser acrescida de até 5.400.000 ações, sob a forma de lote suplementar. O adicional poderá chegar a 7.199.999 ações. O início do período de reservas será no dia 17 de janeiro, com encerramento em 26 do mesmo mês.

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