Publicidade

Empresas limitam acesso à internet

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de serem muito populares, os programas de mensagens instantâneas e sites de relacionamento como o Orkut são cada vez menos vistos no ambiente de trabalho. Preocupados com a segurança, sobrecarga da rede e produtividade dos funcionários, boa parte das empresas já bloqueia o acesso a aplicativos como estes, considerados inapropriados no horário comercial. Por conta disso, as fabricantes de softwares de segurança e gerenciamento de conteúdo passaram a proteger seus clientes não apenas dos ataques de "hackers " e vírus, mas dos próprios empregados das companhias. "Hoje custa muito menos dar acesso à internet para um funcionário, o que acabou criando alguns problemas, pois muitos acessam o que não devem e comprometem a segurança da empresa", alerta Heliezer Vieira, gerente comercial da Afina, empresa que distribui softwares de segurança. Um caso típico é o uso do MSN Messenger, comunicador instantâneo da Microsoft. No Brasil, são 20 milhões de usuários, o segundo maior mercado do programa no mundo. "Mas somos o primeiro em uso, ou seja, em tempo de janelas abertas com conversações", conta a gerente de Marketing para América Latina do MSN, Priscila Alves. Para Leonardo Scudere, diretor de Segurança para a América Latina da Computer Associates, que produz softwares de proteção, o MSN é o caso típico de excesso de informação que pode comprometer o serviço. "Com muita liberdade, o usuário acaba misturando interesse particular com o da empresa, e cada vez mais somos procurados também para ajudar as área de negócios e RH, interessadas na produtividade." De acordo com Priscila, a Microsoft não se preocupa com a onda de bloqueios no mundo corporativo. "O Messenger, quando usado de forma correta, pode ser uma excelente ferramenta e ajudar na corte de custos, como menos ligações telefônicas." O e-mail corporativo também tem se tornado um crescente alvo de controle. Ano passado, casos polêmicos ganharam manchetes, como a demissão do presidente da Boeing, Harry Stonecipher, que mandou e-mails com conteúdo erótico para uma funcionária. Seu e-mail foi interceptado por um software de controle da empresa e retransmitido à diretoria, o que resultou na sua demissão. Scudere salienta que controles como estes já chegam até ao Blackberry - celular capaz de trocar e-mails - e notebooks. "É possível criar controles também para os e-mails que saem destes dispositivos, como palavras-chave proibidas." Outro cuidado com a mobilidade permitida pelas novas tecnologias é a segurança dos dados transmitidos. Um dos cuidados citados por Carlos Afonso, diretor regional da consultoria de Segurança Módulo, é da transmissão de dados via internet sem fio. "É preciso impedir que o computador da empresa tenha sua rede acessada por um invasor e informações roubadas", diz. Até o uso de memórias portáteis, os "pen drives", em algumas situações, já é proibido. Como ele tem grande capacidade de armazenamento e é discreto, algumas empresas criam meios de evitar cópias de arquivos sigilosos de seus computadores. "Departamentos críticos já conseguem gravar seus arquivos num servidor online, que impede gravações em CDs ou outros dispositivos de memória", diz Afonso. E o mercado de segurança, antes restrito às grandes empresas, agora já atinge as médias. A Cless Cosméticos, com 50 funcionários, desde o ano passado impede acesso a sites como Orkut, download de músicas e MSN. "Tínhamos problema de performance da nossa banda de internet, que não agüentava o excesso da movimentação de dados", diz Marcos Martins, gerente de TI da Cless. Com o corte, muita gente ficou insatisfeita, mas os problemas acabaram. "Agora o próximo passo é controlarmos o e-mail corporativo, evitando transmissão de arquivos como aquelas correntes em Power Point."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.