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Estrangeiros ampliam vendas de ações na Bolsa em abril

Até a última sexta-feira, os investidores não-residentes no País retiraram R$ 1,015 bilhão da Bovespa; saldo negativo em 15 dias é praticamente o mesmo do verificado durante todo o mês de fevereiro

Por Vanessa Stecanella e da Agência Estado
Atualização:

Os estrangeiros continuam saindo do mercado acionário brasileiro e, se o ritmo da primeira quinzena de abril for mantido até o fim do mês, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) poderá superar o saldo negativo em recursos externos registrado em março. Até o dia 15, os investidores não-residentes no País retiraram R$ 1,015 bilhão da Bolsa, resultado de R$ 24,478 bilhões em vendas e R$ 23,462 bilhões em compras. O saldo negativo em 15 dias é praticamente o mesmo computado durante todo o mês de fevereiro, quando houve saída de R$ 1,184 bilhão. Em março, os estrangeiros acumularam saldo negativo de R$ 1,771 bilhão.

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De acordo com os dados da BM&FBovespa, as vendas dos estrangeiros superaram as compras em 6 dos 11 pregões realizados neste mês até o dia 15. Na última sexta-feira, contudo, os estrangeiros ingressaram com R$ 1,640 milhão. Naquele pregão, o índice Bovespa (Ibovespa) fechou em alta de 0,61%, aos 66.684 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,1 bilhões.

Profissionais avaliam que os ativos brasileiros continuam supervalorizados, o que afasta os estrangeiros da Bovespa. "As bolsas de países emergentes tiveram forte valorização no ano passado, deixando para trás os mercados europeus e norte-americano. Agora, mesmo com o ambiente externo turbulento, os não-residentes apostam em ativos que ficaram atrasados em relação aos brasileiros", disse Silvio Campos Neto, analista da Tendências Consultoria. De janeiro até o dia 15 de abril, há um déficit em capital externo de R$ 3,569 bilhões. O Ibovespa acumulava queda de 3,78% no ano até a mesma data.

Analistas destacam ainda que, embora o fluxo de recursos para o mercado local tenha diminuído na semana passada, o real continua se valorizando, fazendo com que seja mantida a cautela quanto à possibilidade de que o governo continue a atuar para conter a entrada de dólares no País. "Diante da valorização da moeda brasileira, permanece a percepção de que mais medidas estejam no forno", acredita o analista da Tendências Consultoria.

De acordo com a BM&FBovespa, a participação dos estrangeiros na primeira quinzena de abril continua menor. Os investidores não-residentes responderam por 32,9% do mercado, enquanto os institucionais foram responsáveis por 33,3%. Já as pessoas físicas ficaram com fatia de 21,8%. Empresas e instituições financeiras ficaram com menos de 12% do mercado.

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