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EUA vêm inspecionar frigoríficos brasileiros

Por Agencia Estado
Atualização:

Ainda sob o impacto das críticas contundentes do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou "falhas graves" no sistema de defesa sanitária do País, o Ministério da Agricultura terá um novo desafio a partir desta semana. Uma missão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reúne-se amanhã, em Brasília, com técnicos do ministério para avaliar os controles sanitários adotados pelos frigoríficos que vendem carne bovina cozida para o país. O desafio dos brasileiros é impedir que esse comércio, que rendeu US$ 167,4 milhões este ano, até julho, e US$ 205,7 milhões em 2005, seja interrompido. A missão também vai avaliar a situação das indústrias de processamento de carnes e dos laboratórios que fazem o controle dos carregamentos para os EUA. Até 12 de setembro, os técnicos estarão em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Um técnico da Secretaria de Defesa Agropecuária explicou que a preocupação central da missão é a saúde pública, mas admitiu que os americanos podem fazer questionamentos sobre outros temas. O temor é que a missão cobre explicações sobre as deficiências na defesa sanitária e imponha alguma restrição ao produto brasileiro. Em 2005, durante uma visita como essa, os americanos apontaram várias deficiências na inspeção e fiscalização de produtos de origem animal. Uma delas era a falta de um programa permanente de capacitação de pessoal de fiscalização e de laboratório. A falta de infra-estrutura nos laboratórios foi uma das falhas apontadas pelo TCU. Os técnicos do USDA advertiram para a necessidade de compatibilizar os sistemas de análises de resíduos dos dois países. Enquanto o Brasil fazia a análise de resíduos a partir da urina dos animais, os americanos avaliavam amostras do fígado, o que poderia resultar em diferentes resultados. Com a lista de reclamações em mãos, o ministério optou por proibir que cinco frigoríficos vendessem carne bovina para os Estados Unidos. Durante a visita, os americanos desabilitaram outros três abatedouros. Depois de um processo de adaptação, essas empresas receberam autorização para retomar as vendas de carne para os Estados Unidos, mas a imagem do produto brasileiro ficou 'arranhada", pois os critérios adotados pelos americanos servem de padrão para outros países, como o Japão.

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