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Euro sobe com inflação na zona do euro

Moody´s cortou o rating do Egito de Ba1 para Ba2, ampliando a percepção de risco com foco no mundo árabe

Por Regina Cardeal e da Agência Estado
Atualização:

O dólar, o iene e o franco suíço se favorecem de sua condições de porto seguro em meio à tensão geopolítica no Egito, mas apresentam ganhos mais moderados do que os analistas previam. O euro, por sua vez, acentuou sua alta depois que os dados da zona do euro mostraram inflação anual de 2,4%, a maior desde outubro de 2008 e bem acima da meta do Banco Central Europeu (BCE) de pouco menos de 2%. Isso deu força à expectativa de uma elevação no juro do BCE, embora ainda não na reunião da próxima quinta-feira.

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Esta manhã, a Moody´s cortou o rating do Egito de Ba1 para Ba2, ampliando a percepção de risco com foco no mundo árabe. A libra egípcia caiu à 5,87 por dólar, sua mínima em seis anos. A lira turca acompanhou a queda e o dólar subiu a 1,6202 lira. O shekel israelense recuou a 3,76 por dólar.

As moedas ligadas às commodities, como os dólares australiano e canadense, subiram com previsões de que a turbulência no Egito poderá causar num aumento da demanda por commodities. "Parece que estamos lidando com uma série de forças potencialmente inflacionárias e mais do que deflacionárias. Se isso for verdade, então os investidores devem reagir de uma forma diferente também. Em particular, parece razoável acreditar que isso vá alimentar uma demanda nova por moedas apoiadas por commodities ou aquelas sustentadas por bancos centrais com tendência de alta para os juros", disse Simon Derrick, do Bank of New York Mellon.

"A turbulência no Egito e o temor de contágio no Oriente Médio estão gerando algum fluxo para portos seguros, embora mais limitados do que se esperava", disseram os analistas do BNP Paribas. "Esperamos que o dólar continue sustentado, com o fim da tendência de enfraquecimento das últimas duas tendências. O franco suíço e o iene japonês também devem se beneficiar em alguma medida do atual ambiente", acrescentaram.

"Embora ainda não saibamos como as coisas vão terminar no Egito, não vemos qualquer contágio nos ricos exportadores de petróleo do Golfo", disse Turker Hamzaoglu e Jean-Michel Saliba, do Bank of America Merrill Lunch. Se estiverem corretos, o impacto provavelmente será contido.

Jane Foley, estrategista de câmbio do Rabobank, destacou que o mercado teme problemas na oferta de petróleo que passa pelo Canal de Suez e tende a evitar manter ativos considerados menos seguros. Com isso, o dólar, o franco suíço e o iene japonês têm desfrutado de bom suporte, disse, mas acrescentou que os ganhos do dólar na esteira da turbulência no Egito parecem estar diminuindo. "A turbulência no Egito ajudou, mas por quanto tempo a compra de dólar poderá ser sustentada diante da política fiscal e monetária frouxa dos EUA?", questionou.

Às 11h10 (de Brasília), o euro subia a US$ 1,3691, de US$ 1,3612 na tarde de sexta-feira. O dólar estava em 82,17 ienes, de 82,10 ienes na sexta-feira. As informações são da Dow Jones.

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