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Euro tem recuperação após atingir mínima em quase 10 anos ante iene

Volume de negócios com moedas fortes caiu drasticamentem, atingindo metade do giro habitual

Por Ricardo Gozzi e da Agência Estado
Atualização:

O euro beneficiou-se da tendência do mercado em meio a uma fuga de ativos de risco mais elevado, fechou em alta ante o dólar e recuperou-se das mínimas em nove anos e meio ante o iene.

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Em um mercado extremamente nervoso com os temores de que a crise da dívida soberana na periferia da zona do euro atravesse fronteiras e prejudique a recuperação econômica, os investidores afastaram-se do mercado de câmbio nesta quinta-feira.

O volume de negócios com as moedas mais fortes girou em torno da metade do que normalmente é, disse Sebastien Galy, estrategista cambial do BNP Paribas em Nova York.

Segundo analistas, o nervosismo dos investidores provocou a falta de liquidez nos mercados de câmbio. Na quarta-feira havia comentários sobre a possibilidade de uma intervenção de bancos centrais para conter o declínio rápido e acentuado do euro. Apesar de tal medida ser considerada cada vez mais improvável, o rumor afetou o comportamento dos investidores.

Hoje, o Tesouro dos EUA não quis comentar as especulações do mercado sobre uma suposta intervenção do Grupo dos Sete no mercado de câmbio. O Federal Reserve também não se pronunciou sobre o assunto.

A falta de liquidez amplificou o impacto de negócios menores, disse Galy, e é possível que tenham sido justamente negócios menores que provocaram a alta do euro, disparando ordens de compra preestabelecidas para investidores que apostavam contra a moeda comum europeia. As posições vendidas - ou apostas contra o euro - alcançaram níveis recorde nas últimas semanas.

O movimento de hoje ajudou a levar o euro acima do nível de US$ 1,25, observou Brian Kim, estrategista cambial do UBS.

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Assim que o euro passou desse nível, investidores que haviam obtido lucro apostando contra o euro, que caiu acentuadamente nos últimos dias, provavelmente embarcaram no trem e tiraram seu dinheiro da jogada, disse Michael Mahoney, vice-presidente de negócios cambiais do Union Bank em Los Angeles.

No entanto, a moeda comum não está fora de perigo, diz Mahoney, pois problemas de longo prazo, como a crise da dívida da Grécia, ainda não foram solucionados. Por conta disto, acredita ele, a expectativa é de que os investidores voltem a apostar contra o euro, fazendo-o cair novamente.

Ao passo que o euro ganhava terreno ante outras moedas fortes no decorrer do dia, temores de que a crise na zona do euro prejudique a recuperação econômica global derrubou as chamadas moedas-commodity. O dólar australiano caiu quase 3,5% ante o dólar norte-americano e o dólar canadense perdeu mais de 2% frente à moeda do país vizinho.

Antes de iniciar sua recuperação, o euro chegou a ir abaixo de 110 ienes, sua cotação mais baixa ante a moeda japonesa em nove anos e meio. No fim da tarde, o euro reduzia as perdas, sendo cotado a 111,75 ienes, de 113,41 ontem.

No fim da tarde, em Nova York, o euro era negociado a US$ 1,2480, de US$ 1,2391 ontem; o dólar era cotado a 89,52 ienes, de 91,54 ienes na ontem; a libra estava em US$ 1,4392, de US$ 1,4415 ontem. As informações são da Dow Jones.

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