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Fabricantes de TV correm para fixar marca

Por Agencia Estado
Atualização:

A corrida dos fabricantes de eletroeletrônicos para fixar a sua marca às vésperas de mudança no padrão tecnológico dos televisores, como as telas de plasma, cristal líquido (LCD) e a entrada da TV digital, provocou uma enxurrada de promoções nas últimas semanas. O pano de fundo é a Copa do Mundo, mas os apelos são os mais variados, como a possibilidade de ganhar um segundo produto igual ou complementar, como home theater, mediante o pagamento de R$ 0,01 ou R$ 1. Há lojas que condicionam a promoção à vitória do Brasil na Copa. A questão é que apareceu mais um fator a ser avaliado pelo na hora da compra. Antes bastava comparar preços. Agora deve-se levar em conta vantagens adicionais, como a aquisição de um segundo produto por um valor simbólico e até a chance do País ser campeão. "É difícil fazer uma análise econômico-financeira dessas variáveis", observa o matemático José Dutra Vieira Sobrinho. Ele lembra que o risco do Brasil não ser campeão é elevado e não dá para mensurá-lo. Além disso, não dá para saber até que ponto os preços devem cair depois da Copa. Cogita-se que pode chegar a 50% para TV de plasma. A indústria nega o acúmulo nos estoques. A Semp Toshiba, por exemplo, vendeu de janeiro a maio deste ano, 1,2 milhão de TVs. No ano passado inteiro foram 2,1 milhões. A companhia informa que não tem TV de plasma para entrega. A Eletros, que reúne os fabricantes, revisou de 10,8 para 11 milhões o total de aparelhos fabricados este ano. O varejo confirma que faltam alguns modelos de TVs de plasma. Mas os varejistas observam que há excesso de produto no mercado. "Existe estoque na indústria", diz Michael Klein, diretor administrativo-financeiro das Casas Bahia. A rede foi a primeira que lançou a promoção de oferecer um segundo TV de plasma de 42 polegadas por R$ 1, se o Brasil for campeão. Depois a empresa fez promoções semelhantes com geladeiras e fogões. "A indústria também está estocada com fogões e refrigeradores", observa Klein. Satisfeito , o empresário conta que o tíquete médio de vendas aumentou 25% com a campanha, de R$ 440 para R$ 550. No mês passado, o faturamento cresceu 5% em relação ao ano anterior. "Sem a promoção iríamos empatar." Passada a Copa, a intenção é criar novos apelos. "Notamos que as pessoas compraram TVs de plasma em sociedade, já pensando na chance de ganhar o segundo aparelho." Concorrência "A campanha do R$ 0,01 é do Extra", lembra a gerente de eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar, Rita Belizzia. Segundo ela, a empresa já fez campanhas assim muitas vezes. Nas últimas semanas, depois que a Casas Bahia lançou a promoção de R$ 1, o Extra contra-atacou com a de R$ 0,01. Na compra de um TV de plasma de 42 polegadas, o consumidor paga R$ 0,01 e leva um home theater. A premiação não está condicionada à vitória do Brasil. Rita conta que o resultado surpreendeu. Tanto é que a rede iniciou outra de áudio e vídeo, que vai até dia 18 deste mês, com descontos de até 30% sobre o preço de etiqueta ou o parcelamento em 24 vezes e juros de 2,99% ao mês. "Negociamos com a indústria e o mercado está comprador", diz. O diretor da Americanas.com, Ronney Pastro, conta que desde o início do ano a empresa vem negociando com a indústria as ofertas para a Copa. O site está fazendo saldão de TVs, com descontos de até 25% e frete grátis. A intenção é ter produtos em oferta até o fim da Copa. O Wal-Mart, em que a campanha de oferta de TVs de plasma cutucou a concorrência destacando que não era necessário nem R$ 1 nem R$ 0,01, muito menos o Brasil ganhar a Copa para levar um DVD, registrou no mês passado crescimento de 150% nas vendas em relação a maio de 2005. O esforço é manter o ritmo , antes que o mote da Copa perca o fôlego.

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