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Fala de Bernanke vai ditar abertura de bolsas em NY

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e CORRESPONDENTE
Atualização:

As bolsas norte-americanas devem iniciar o pregão desta quarta-feira, 22, com ganhos, como sinalizam os índices futuros. O dia terá os dois eventos mais esperados da semana pelos investidores: o depoimento do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, e a ata da última reunião do banco central. Às 10h15 (pelo horário de Brasília), o Dow Jones futuro subia 0,12%, o Nasdaq ganhava 0,32% e o S&P 500 tinha alta de 0,22%.O pronunciamento de Bernanke no Congresso dos Estados Unidos começa a partir das 11h (de Brasília) e deve repercutir nos preços dos ativos mundo afora. A última vez que o presidente do Fed falou na Casa foi em fevereiro. Wall Street aguarda uma sinalização de como o dirigente está vendo as perspectivas de curto e médio prazo para a economia norte-americana e o que vai acontecer com o programa de compras mensais de ativos do Fed, que vem injetando US$ 85 bilhões por mês na economia para tentar estimular a atividade."Esperamos que Bernanke reafirme o compromisso do Fed em manter a atual política monetária", destaca Yuri Sakasai, economista do Barclays, em um e-mail a clientes. O analista vê poucas chances de o líder do Fed falar em uma data para o programa de estímulos terminar e acredita que Bernanke vai ressaltar a flexibilidade que o banco central tem para aumentar ou diminuir as compras mensais conforme o ritmo da atividade econômica.Já a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) será divulgada às 15h (de Brasília) e os investidores também buscarão indícios das estratégias do Fed. A expectativa do economista do Barclays é que o documento deixe mais claro como está a discussão sobre os rumos do programa de estímulo entre os dirigentes do Fed.Na terça-feira, 21, dois presidentes do Fed com poder de voto no Fomc defenderam a manutenção do programa de compras de ativos. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que a recuperação econômica dos EUA tem sido mais lenta que o esperado e que não é o momento de se falar em redução das compras de ativos.Já o presidente do Fed de Nova York e vice-presidente do Fomc, William Dudley, disse que em algum momento a melhora do mercado de trabalho vai permitir a redução do programa de compra de bônus, mas frisou que ainda é cedo para dizer como o Fed vai se ajustar e chamou atenção para o risco de um certo exagero do mercado financeiro às mudanças na política monetária dos EUA.No mundo corporativo, a fabricante de aviões Boeing faz sua reunião anual com investidores e analistas nesta quarta-feira. Os resultados da empresa no primeiro trimestre deste ano surpreenderam positivamente e superaram as estimativas, com crescimento de 20% no lucro. No último dia 15, a empresa anunciou a retomada da entrega das aeronaves 787 Dreamliner após uma interrupção de quatro meses, causada por problemas técnicos na bateria de aviões usados no Japão.A Microsoft também é destaque na imprensa dos EUA e em relatórios de bancos. Ontem, a gigante de tecnologia revelou a nova versão do videogame Xbox, que começará a ser vendido no outono norte-americano. Reportagem do jornal The New York Times destaca que o produto foi um dos poucos sucessos de vendas da empresa nos últimos anos e lembrou que há quase oito anos, quando foi lançada a primeira versão, não havia iPads e os smartphones ainda não eram tão desenvolvidos. Agora, o desafio da Microsoft é aumentar as vendas do videogame num mundo em que se pode acessar jogos eletrônicos em qualquer lugar, destaca o jornal. No pré-mercado, a ação da empresa subia 0,14%.O dia também tem o anúncio de alguns resultados corporativos trimestrais. Entre eles, a rede varejista Target e a Hewlett-Packard. A expectativa dos analistas é que a HP tenha queda de 17% no lucro, de acordo com o consenso dos analistas ouvidos pela FactSet. Além do lucro menor, as receitas devem cair, em meio ao fraco desempenho da venda de computadores pessoais no começo de 2013. A HP divulga seus números após o fechamento do mercado.A Target, que divulgou seu balanço nesta manhã, registrou retração de 28% no lucro, por conta da queda nas vendas de roupas. Além dos números abaixo do previsto, a companhia reduziu suas previsões de resultado para todo o ano de 2013. No pré-mercado, a ação recuava 2,12%.

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