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Feriado nos EUA reduz liquidez dos juros futuros

Por Fernando Travaglini
Atualização:

Os juros futuros abriram a segunda-feira, 11, alinhados ao mercado de câmbio e com pouca liquidez, conforme esperado em função do feriado nos Estados Unidos que deixa fechado o mercado de Treasuries. O viés é de baixa, tal qual a moeda norte-americana, numa correção modesta das altas recentes.Por volta das 9h30, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2015 tinha taxa de 10,93%, ante 10,96% no ajuste de sexta-feira. O DI com vencimento em janeiro de 2017 apontava 12,10%, ante 12,11% na última sessão.Na sexta-feira, 8, as taxas futuras operaram em forte alta ao longo de todo o pregão, em função de dados robustos da economia norte-americana sinalizarem que o desmonte dos estímulos do Federal Reserve poderia ocorrer ainda neste ano. Os contratos de DI mais longos romperam a barreira dos 12,50%. A questão fiscal, que também pesou na semana passada, permanece como grande tema para os mercados domésticos. Mesmo passando o recado à economistas, em reunião na sexta-feira na sede do ministério da Fazenda, em São Paulo, de que cumprirá o superávit de R$ 73 bilhões, o governo tenta manobra para não compensar a necessidade de economia primária de Estados e municípios. Ao mesmo tempo, notícias dão conta que o Refis, esperança de engordar o resultado das contas públicas, pode não ser do tamanho esperado pelo governo caso os bancos não aceitem as condições oferecidas pela Receita Federal. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou ainda neste fim de semana que não pretende aceitar uma fórmula de reajuste dos combustíveis que represente uma indexação da inflação.Mesmo com a ligeira descompressão das taxas, a tendência de pressão para os juros continua, já que os dados da pesquisa Focus e do IPC-Fipe, divulgados na manhã de hoje, dão força à percepção de resistência da alta da preços domésticos. A projeção de inflação medida pelo IPCA para 2014 subiu de 5,92% para 5,93%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, registrou uma alta de 0,55% na primeira quadrissemana de novembro. O número representa uma alta maior em relação a última leitura de outubro, quando apresentou um avanço de 0,48%. Na primeira medição de outubro, o índice havia marcado alta de 0,29%.Há instantes, a Associação Brasileira de Papel Ondulado, ABPO divulgou o resultado do mês de outubro, com alta de 4,69% sobre o dado do mesmo mês do ano passado. Esse índice é considerado um indicador antecedente. Já o dólar abriu em leve baixa de 0,35%, cotado a R$ 2,3070, na contramão do exterior, realizando lucro e à espera das condições para a rolagem dos contratos de swap que vencem em 2 de dezembro (US$ 10,125 bilhões) e que serão divulgadas ainda hoje pelo Banco Central (BC).

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