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Fiat do Brasil espera fechar 2006 com alta de 10% na receita

Por Agencia Estado
Atualização:

Apoiada pelo crescimento do mercado interno, a Fiat do Brasil programa um aumento de 10% na receita bruta em 2006, para R$ 11 bilhões, segundo previsão do presidente da montadora, Cledorvino Belini. A estimativa da empresa é fechar o ano com uma produção em torno de 540 mil unidades, ante 515 mil produzidas no ano passado. Desse total, 440 mil veículos deverão ser destinadas ao mercado interno. ?A expectativa é de que as vendas de automóveis no Brasil cheguem a 1,78 milhão de unidades?, afirma. Segundo o executivo, a expansão do mercado nacional deve-se a uma série de fatores, entre eles a queda dos juros e da inflação, além do aumento do poder aquisitivo da população. Para o próximo ano, a expectativa é de uma taxa de crescimento semelhante à de 2006. ?Estamos confiante de que o mercado interno vai continuar crescendo, podendo superar o recorde de 1997, ultrapassando o volume de 2 milhões de veículos vendidos.? Belini destaca, no entanto, a necessidade do novo governo realizar reformas, entre elas a fiscal, da Previdência, política, administrativa e trabalhista. ?O primeiro ano do novo governo é um momento oportuno para fazer essas reformas?, avalia. Segundo o executivo, as mudanças criariam oportunidade para o País alcançar um crescimento entre 8% e 9% ao ano, a exemplo do que ocorre na China. Para 2007, especificamente, a previsão do executivo é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresça 5%. Ele também é otimista em relação ao câmbio e projeta uma taxa entre R$ 2,40 e R$ 2,50 para o final do ano. O aumento das vendas no mercado doméstico deve compensar a redução do ritmo de exportação. Segundo o presidente da Fiat, a previsão é de que as vendas externas se mantenham em 100 mil unidades em 2006, volume semelhante ao registrado no ano passado. ?O número interrompe um ritmo de crescimento que a empresa vinha registrando nos últimos três anos?, afirma. De acordo com Belini, em 2003 a empresa exportou 20 mil unidades, passando para 40 mil em 2004 e 100 mil em 2005. O executivo reiterou ainda que a montadora mantém o programa de investimentos de R$ 3 bilhões para o período entre 2006 e 2008, para melhora de processos produtos e desenvolvimento de novas tecnologias. O pacote não prevê aumento de produção, visto que a fábrica da Fiat trabalha atualmente com cerca de 80% da capacidade, produzindo em torno de 2,2 mil veículos por dia. Ele não quis falar sobre novos lançamentos previstos para o período, mas adiantou que o Croma, que atualmente é fabricado na Itália, será exposto no Salão Internacional do Automóvel 2006, em São Paulo, com o objetivo de testar se há receptividade do público. O objetivo da empresa é importar o modelo, que atualmente é vendido por 30 mil euros na Europa. Novas expansões poderão, no entanto, ocorrer na Argentina. ?Estamos estudando investimentos para a unidade da empresa em Córdoba?, afirma. O aumento das atividades no país vizinho deverá ser feito em conjunto com a indiana Tata. A expectativa é de que até novembro a decisão seja fechada. A produção argentina atenderá o mercado interno, mas terá como principal foco a exportação. Atualmente a Fiat mantém na Argentina uma fábrica de transmissores e motores, com 600 funcionários. A linha de montagem, que tem capacidade para produzir 800 carros por dia, está parada, mas poderá ser retomadas com o crescimento do Mercosul. A montadora também tem planos de crescer no México. Segundo Belini, a Fiat deverá ampliar a rede de concessionárias no País de 11 para 45 até 2010 com o objetivo de chegar ao final da década com vendas em torno de 50 mil unidades no país. Desse volume, metade deverá ser exportado do Brasil (famílias Palio e Idea) e metade da Europa (Panda, Punto e Croma). Hoje, a companhia já exporta o Palio para o país e deverá lançar o Idea no mercado mexicano até o final do ano. A meta da montadora é de que o mercado mexicano responda por uma fatia entre 15% e 20% das exportações brasileiras no futuro. Atualmente a Argentina é o principal mercado, com 35%. A empresa também vende para Venezuela e Europa. A tecnologia Flex (bicombustível), aplicada em 95% dos automóveis produzidos pela empresa no País, deverá começar a ser exportada dentro de alguns anos. A Europa, particularmente, já está de olho e enviou algumas missões para conhecer a tecnologia. ?A Itália, em especial, está bem interessada.?

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