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Frustração com Europa e EUA faz dólar retomar alta

Alta é reflexo de aversão do investidor ao risco, após notícias sobre dados ruins da economia dos EUA e cancelamento da reunião de inistros da zona do euro

Por Silvana Rocha e da Agência Estado
Atualização:

Após descer ao patamar de R$ 1,73 no começo do dia, o dólar no mercado local devolveu as perdas ante o real e assumiu trajetória de alta no decorrer da sessão, reagindo à aversão ao risco nos mercados. As ordens de compra da moeda passaram a prevalecer depois que os indicadores dos EUA mostraram que a indústria e o setor imobiliário do país continuam fragilizados, o que se refletiu na queda da confiança dos consumidores além do esperado. Posteriormente, os investidores reforçaram a demanda expressando a frustração com o cancelamento da reunião de amanhã dos ministros de Finanças (Ecofin) da zona do euro. Na máxima intradia, a divisa à vista avançou a R$ 1,7670 (+0,80%) e o dólar novembro de 2011 atingiu R$ 1,7715 (+0,97%). A decisão europeia também tirou força do euro em relação ao dólar ao mesmo tempo em que amparou a busca de proteção na moeda japonesa, levando o dólar a furar a mínima histórica ante o iene desde a 2ª Guerra Mundial, de 75,78 ienes.No fechamento, o preço à vista teve alta de 0,63%, a R$ 1,7640 no balcão; e de 0,81%, para R$ 1,7649 na BM&F. Embora o fluxo cambial tenha sido pequeno e aparentemente equilibrado hoje, o volume financeiro negociado aumentou um pouco. Os agentes financeiros ouvidos pela AE disseram que o cancelamento do encontro de ministros de finanças europeu esvaziou as expectativas sobre o resultado da cúpula de líderes da região amanhã ao mesmo tempo em que consolidou o sentimento de que pode estar distante ainda um desfecho para a crise de dívidas e do setor financeiro regional. Assim, diante da maior volatilidade das cotações, os investidores encontraram oportunidades de negócios no day-trade, elevando o volume transacionado de moeda. No mês, até o dia 21, contudo, o fluxo cambial é positivo em US$ 3,867 bilhões, resultado de um superávit comercial de US$ 3,894 bilhões e de um déficit no segmento financeiro de US$ 27 milhões. Como o Banco Central deixou de fazer leilões de compra de dólar à vista desde meados de setembro, na prática o fluxo favorável de outubro está sendo absorvido pelos bancos. Por isso, a posição comprada em câmbio dos bancos nesse mesmo período aumentou para US$ 4,833 bilhões, ante uma posição comprada no fim de setembro de US$ 1,296 bilhão. Em Nova York, na mínima intradia, o dólar atingiu 75,725 ienes.

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