Publicidade

Fundador da Parmalat acusa bancos pela fraude de 14 bi de euros

Por Agencia Estado
Atualização:

Arquivos digitalizados com informações detalhadas do relacionamento da Parmalat com os bancos devem mostrar "a verdade" sobre o escândalo contábil de 14 bilhões de euros envolvendo o grupo, afirma o fundador e ex-executivo-chefe da Parmalat, Calisto Tanzi. Ele tem culpado os bancos pela emissão de títulos mesmo quando a companhia enfrentava problemas financeiros, o que resultou em perdas para milhares de pequenos investidores. Tanzi afirma que a apresentação de cinco DVDs com documentos reunidos em uma investigação separada sobre a participação dos bancos é "indispensável" para explicar o relacionamento entre eles. Os documentos foram apresentados ao Tribunal e advogados que participaram da audiência a portas fechadas revelaram que o juiz estaria considerando combinar o caso de fraude com o processo aberto apenas contra os bancos credores. A audiência preliminar iniciada ontem deve decidir sobre o destino dos 64 ex-executivos, consultores financeiros e outros acusados de fraude contábil na Parmalat, além dos 44 réus que podem enfrentar possíveis acusações de associação ao crime. Os promotores em Parma concluíram uma investigação em separado sobre o papel dos bancos credores na quebra da Parmalat, mas o tribunal não estabeleceu datas para o prosseguimento do caso. Em um inquérito para apuração de fraude a expectativa é de que alguns acusados tentem obter um acordo antes do julgamento, incluindo o braço direito de Tanzi e ex-diretor financeiro do grupo, Fausto Tonna. Em julgamento no tribunal de Milão, concentrado apenas em apurar fraude da companhia no mercado de capitais, Tonna foi sentenciado a dois anos e meio. Seu advogado disse ontem que tentaria chegar a um acordo em Parma considerando a cooperação de seu cliente com as investigações. A audiência preliminar, que deveria continuar amanhã, foi suspensa até 10 de julho. O caso em Parma é apenas um dos vários abertos contra ex-executivos e outros acusados de contribuir para o colapso do grupo. No entanto, este processo é considerado o mais importante porque as acusações são mais abrangentes e envolvem penas maiores: de até 15 anos na prisão. As informações são da agência Dow Jones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.