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Fundos investem mais em empresas

Por Agencia Estado
Atualização:

Os fundos de pensão podem ampliar seus investimentos em empresas (renda variável) em cerca de R$ 100 bilhões num prazo de cinco a dez anos, dependendo de quando a taxa de juros cair "para um nível normal". A previsão é do economista Paulo Rabello de Castro, da SR Rating. O dinheiro viria de parte das aplicações em renda fixa dessas fundações de previdência, que hoje estão principalmente em títulos públicos. Rabello mostrou no seminário "Fundos de Pensão: Impactos nos Cenários Econômico, Previdenciário e Social" que, dos R$ 321 bilhões em investimentos dos fundos de pensão, cerca de 60% estão em renda fixa, mais 30% em renda variável e 10% em outras aplicações. "Com a queda dos juros, a tendência é inverter para 60% de renda variável e 30% de renda fixa", afirmou. O atual processo de redução de juros já está fazendo algum efeito. "No fim de 2002, tínhamos 75,7% em renda fixa e hoje temos 67%", disse o presidente da fundação de previdência dos funcionários da Petrobras (Petros), Wagner Pinheiro. O fundo está aplicando mais em empresas, não só por meio de ações, mas também por formas como fundos de investimentos em participações em diversos setores de infra-estrutura. Há também interesse nas parcerias público-privadas (PPP). A ressalva da Petros é quanto às telecomunicações. Pinheiro reafirmou que os fundos querem vender seus investimentos no setor e negou que haja intenção de comprar a TIM. O atual problema é que a Brasil Telecom Celular (BrT GSM) - da qual a Petros e outros fundos participam do controle - está para sofrer uma intervenção da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A Telecom Italia, sócia dos fundos na BrT GSM, é dona também da TIM e está acabando o prazo que a empresa italiana tem para permanecer nas duas. Na semana passada, a Telecom Italia anunciou sua reestruturação e seu presidente, Marco Tronchetti, renunciou. O presidente do fundo de pensão do Banco do Brasil (Previ), Sérgio Rosa, espera que a Anatel adie o prazo. (A jornalista viajou a convite da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp)

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