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Ibovespa recua, mas Petrobras sobe

Corte de vagas no setor privado e queda da atividade industrial nos EUA trazem cautela aos negócios

Por Beth Moreira e da Agência Estado
Atualização:

A divulgação de indicadores econômicos mistos nos Estados Unidos contribuiu para que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abrisse o pregão em baixa nesta quarta-feira. Ao longo da manhã, no entanto, a Ibovespa, principal índice da bolsa, encontrou fôlego nas empresas de petróleo para trabalhar no positivo, mas sem muita força. Às 11h53, o Ibovespa registrava queda de 0,20%, aos 69.822 pontos, com volume de R$ 1,49 bilhão e projeção de R$ 5,64 bilhões para o fechamento. No mesmo horário, o S&P 500 cedia 0,21%% e Dow Jones recuava 0,25% em Nova York. 

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O corte de vagas no setor privado norte-americano em março, registrado pela pesquisa ADP/MAM e a queda do índice de atividade industrial do Instituto para Gestão da Oferta (ISM) de Chicago imprimiram o viés de cautela aos negócios. "A melhora das encomendas à indústria nos Estados Unidos, no entanto, gerou mais conforto para o mercado", avalia o gestor de renda variável da Máxima Asset Management, Felipe Casotti.

As ações preferenciais da Petrobras subiam 0,37% e as ordinárias 0,03% em dia de nova alta nos preços do petróleo. A commodity avançava mais de 1% na New York Mercantile Exchange (Nymex) eletrônica, acima de US$ 83,00 o barril.

Outra empresa do setor, a OGX, apresentava alta de 0,18%. A companhia de petróleo e gás, do grupo do empresário Eike Batista, anunciou mais cedo que identificou a presença de hidrocarbonetos em poço localizado em águas rasas da parte sul da Bacia de Campos, no qual detém 100% de participação. As ações preferenciais da TAM figuravam na lista de altas do Ibovespa após divulgação do balanço do quarto trimestre de 2009 e do acumulado do ano. Perto do meio dia, os papéis da empresa avançavam 1,76%. A companhia registrou lucro líquido de R$ 143,9 milhões no quarto trimestre de 2009, revertendo prejuízo de R$ 1,229 bilhão registrado no mesmo período de 2008 em padrão BRGaap.

A empresa também revisou seu plano de frotas e sua perspectiva de crescimento para o mercado doméstico brasileiro em 2010. A TAM planeja fechar 2010 com 148 aeronaves - a previsão original era ter 137 aviões em sua frota. A companhia garante ainda que já tem financiamento para as novas aeronaves. Em relação ao tráfego, a empresa espera um crescimento entre 14% e 18% para 2010, ante previsão anterior de alta de 12%. 

A JBS também reagia positivamente ao novo prospecto da distribuição pública de ações, protocolado ontem pela companhia. A empresa retirou a menção à oferta secundária que havia sido apresentada na primeira versão do documento, arquivado no último dia 12. Os papéis da empresa registravam alta de 1,30%. 

As ações ON e PNB da Eletrobras reagem diferentemente ao balanço financeiro da empresa, divulgado ontem à noite. Na abertura do pregão as ações tiveram impacto também de notícia veiculada pelo jornal Valor Econômico sobre suposta isonomia no pagamento de dividendos. A informação foi rapidamente negada pela Eletrobras em comunicado. Há instantes os papéis ON subiam 0,64% enquanto os PNB registravam queda de 0,49%.

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A companhia apurou lucro líquido de R$ 1,706 bilhão no quarto trimestre de 2009, com queda de 43,8% com relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o lucro foi de apenas R$ 170,5 milhões, 97,2% inferior ao registrado em 2008, de R$ 6,137 bilhões. 

Apesar da evolução favorável das negociações em torno do preço do minério de ferro e à alta dos metais em Londres, as ações ordinárias da Vale recuavam 0,84% e as preferenciais cediam 0,46%. O preço do níquel aproximou-se de seu maior nível desde meados de 2008, beneficiando-se de uma onda de compras e da recomposição de estoques pelas usinas de aço inoxidável, face à recuperação dessa indústria. 

Na lista de maiores quedas ainda figuram empresas de construção civil, com PDG recuando 2,35%, Rossi cedendo 1,69% e Cyrela caindo 1,21%. CCR (-3,03%) lidera a lista, após fechamento da oferta pública inicial (IPO) de outra empresa de concessão, a Ecorodovias. A operação movimentou R$ 1,368 bilhão. 

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