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Icatu: saldo de vagas cai mas ainda não gera desemprego

Por Igor Gadelha
Atualização:

Apesar da queda na criação de empregos formais em agosto em relação a igual mês do ano passado, o saldo de vagas ainda é suficiente para não gerar desemprego no Brasil. A avaliação é do economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Alves de Melo, ao comentar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira, 11, pelo Ministério do Trabalho.Segundo ele, isso ocorre porque a População Economicamente Ativa (PEA) medida nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vem crescendo menos do que a População em Idade Ativa (PIA). "Como a PEA vem diminuindo, e a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) mostra isso, ainda não é um saldo que vai gerar desemprego", avalia. Ele pondera, contudo, que é preciso melhorar os números de criação de vagas, pois, caso a PEA volte a crescer rapidamente no futuro, a manutenção dos saldos nos níveis atuais poderá causar desemprego.Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Melo destacou ainda que, apesar de a geração líquida de 101.425 vagas em agosto ter ficado acima do teto do que o mercado esperava (94,5 mil) e revelar uma melhora em relação a maio, junho e julho, fatores atípicos foram os responsáveis pelo resultado negativo nesses três meses. "Muito possivelmente o menor número de dias úteis e a Copa atrapalharam o desempenho nesses meses", diz.Conforme o economista, a melhora pode ser observada na média móvel trimestral do saldo de vagas, que passou de 5 mil negativos em julho para 3 mil positivos em agosto. Em maio, junho e julho, o saldo de geração de empregos formais no Brasil foi a menor da série histórica iniciada em 2008, sem ajuste sazonal. "Isso mostra que o efeito que atrapalhou a geração naqueles meses está desaparecendo na margem", afirmou.

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