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Incerteza continua; mercados sem direção definida

Para o consultor, as atenções do mercado estarão voltadas para a evolução do conflito no Oriente Médio e para o rumo da economia americana. No âmbito interno, o início do horário eleitoral, os dados sobre o crescimento e a evolução das denúncias da CPI são os poucos fatores que, segundo ele, podem influenciar os mercados.

Por Agencia Estado
Atualização:

Balanço Julho/06 1º- O ouro registrou alta forte de 3,49%. 2º- A Bovespa subiu 1,22%. 3º- Os fundos de Renda Fixa puros devem fechar o mês com rendimento bruto na faixa de 1% a 1,25%, um pouco acima dos Fundos DI, dependendo também da taxa de administração do fundo. 4º- Os Fundos DI devem fechar o mês com rendimento bruto na faixa de 0,95% a 1,2%, também dependendo da taxa de administração do fundo. 5º- Os títulos indexados ao IGP-M, com o IGP-M de julho apresentando inflação de 0,18%, devem fechar o mês com resultados abaixo dos fundos de Renda Fixa e DI, com rendimento bruto na faixa de 0,7% a 1,05%, dependendo do prazo do papel. 6º- O dólar teve alta de 0,51%. 7º- O euro apresentou ganho de 0,33%. Durante o mês de julho, o início do conflito no Oriente Médio entre Israel e o Hezbollah foi o principal responsável pela grande turbulência que afetou os mercados. Este fato gerou muita volatilidade nos preços do petróleo e criou o temor de uma maior escalada do conflito na região envolvendo outros países. Além disso, continuam as preocupações com a alta dos juros americanos além dos 5,25% a 5,50% ao ano. Desse modo, todas as bolsas mundiais oscilaram muito durante o mês, sem uma direção clara, embora tenham reagido no final do mês. Os dados internos praticamente não tiveram qualquer influência. Perspectivas para agosto Em agosto, a atenção estará voltada para a evolução do conflito no Oriente Médio e para o rumo da economia americana: inflação, indicadores de crescimento, declarações das autoridades americanas e suas conseqüências sobre as expectativas sobre os juros nos Estados Unidos. Também o comportamento do preço do petróleo, em razão do conflito, é variável importante a ser acompanhada. No âmbito interno, o início do horário eleitoral, os dados sobre o crescimento e a evolução das denúncias da CPI são os poucos fatores que podem vir a influenciar os mercados. Os Fundos DI, continuam muito interessantes, pois não correm o risco da oscilação dos juros e continuam proporcionando excelente juro real. Em agosto, o rendimento bruto será na faixa de 1% a 1,3%, dependendo da taxa de administração do fundo e da "marcação a mercado". Os Fundos de Renda Fixa em julho apresentaram rendimento pouco acima dos Fundos DI. Apresentam-se como boas opções de diversificação para investidores moderados e agressivos. O seu rendimento em relação aos Fundos DI dependerá da política de redução dos juros implementada pelo Banco Central. Se for mais agressiva do que o mercado espera, seu rendimento superará os Fundos DI. O rendimento bruto em agosto deverá ser similar aos Fundos DI, se não houver nenhuma surpresa por parte da percepção do mercado com os juros futuros. Os Títulos Indexados à variação do IGP-M continuam como opções de investimento a longo prazo como diversificação de portfólio, pois esses títulos estão rendendo na faixa de 10 a 11% ao ano, mais variação do IGP-M. Com o IGP-M de agosto apresentando inflação de 0,18%, tiveram resultados bem abaixo dos Fundos DI e de Renda Fixa. Os Fundos Cambiais (dólar e euro), devido ao nervosismo, tiveram desempenho oscilante em julho. Mantêm-se como opções para diversificação de portfólio para investidores com perfil conservador e moderado, com visão de longo prazo, caso o cenário interno e/ou externo piorem. O recente pacote cambial terá muito pouco impacto no aumento das cotações do dólar no curto prazo, em razão das altas taxas de juro praticadas no mercado interno. O ouro também oscilou muito no mercado externo (alta de 3,3%), com o início do conflito no Oriente Médio e preocupação com os juros americanos. No mercado doméstico liderou o ranking com alta de 3,49%. Continua como alternativa devido às incertezas: comportamento do dólar frente a outras moedas, inflação americana, alta no preço do petróleo e conflito no Oriente Médio. Do mesmo modo que os fundos cambiais, continua uma opção conservadora atraente para diversificação, devido ao, ainda, baixo valor do dólar no mercado doméstico. O índice Bovespa teve no mês alta de 1,22%, juntamente com a maioria das bolsas mundiais oscilou muito sem mostrar direção definida. Consideramos 32.730 pontos o valor justo para Índice Bovespa, ou seja, em termos históricos (1968 até 2006) o valor que não apresenta ágio ou deságio no preço médio das ações. Ao nível atual de 37.077pontos, o Ibovespa apresenta ágio médio de 13,3%, podendo sofrer correção no curto e médio prazos. As bolsas mundiais, de maneira geral, tiveram, após oscilar muito, bons resultados em julho. Por estarem, ainda, com preços inflados, poderão sofrer correção no curto e médio prazos. Por outro lado, as perspectivas de contínuo crescimento dos EUA e China são favoráveis ao bom retorno das bolsas. O novo fator negativo é o conflito no Oriente Médio com repercussões imprevisíveis. As opções com maior potencial de retorno são as bolsas do Japão, Áustria, França e Reino Unido (países desenvolvidos) e Malásia, Chile, Singapura e Hong Kong (países emergentes). Os imóveis comerciais mantêm-se a preços históricos baixos, embora continuem a apresentar recuperação de preços com a melhoria nas perspectivas do crescimento econômico. Boa opção para diversificação de portfólio de investidores com perfil conservador e moderado.

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