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Inda: compra dos distribuidores de aço cai 9,8% em maio

Por Dayanne Sousa
Atualização:

As compras dos distribuidores de aço nas siderúrgicas caíram 9,8% em maio deste ano em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Em relação a abril, as compras cresceram 0,6%, para um volume de 373,4 mil toneladas. O levantamento inclui chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletro-galvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalume.Já as vendas da rede de distribuição recuaram 0,4% em maio na comparação com o mesmo período de 2013, para 368,5 mil toneladas. Na comparação com o mês imediatamente anterior, houve uma alta de 3,1%. Com esse desempenho, o giro de estoques em maio permaneceu em 2,7 meses.O volume de estoques ficou em 987 mil de toneladas no mês passado, queda de 7% ante mesmo mês de 2013. Na comparação com abril, o volume aumentou 0,5%.Já as importações registraram no mês passado 224,7 mil toneladas, alta de 124,3% ante maio de 2013 e crescimento de 52% em relação a abril deste ano.O Inda ainda divulgou a expectativa dos associados para desempenho em junho. A perspectiva é de que haja queda em torno de 12% tanto para as compras como para as vendas.ProjeçãoDe acordo com o presidente do Inda, Carlos Loureiro, o segundo trimestre de 2014 deve ser de forte queda na atividade dos distribuidores de aço na comparação com o primeiro trimestre de 2014. Ele avalia que o mau humor na economia e impactos na atividade industrial indicam queda significativa nas vendas em junho. A expectativa é de redução de 12% nas vendas ante o mês de maio. No acumulado de janeiro a maio deste ano, as vendas indicam crescimento de 5,6%, mas se os números ruins de junho se confirmarem, deve haver queda para 3,6%.O Inda deve ainda revisar sua estimativa para crescimento do consumo aparente de aço no Brasil, que era de 4% no ano. "Provavelmente não teremos mais o crescimento previsto, provavelmente vamos revisar esse número para 2% nos próximos meses", declarou Loureiro. Ele considera que o mercado doméstico está sendo afetado por um arrefecimento na atividade, incluindo em setores como construção civil e automotivo. O Inda avalia que muito dificilmente as vendas em volume dos distribuidores dificilmente chegarão ao patamar das cerca de 350 mil toneladas vendidas em junho do ano passado.O Inda ainda destacou que o forte crescimento nas importações inviabiliza o aumento de preços pelas usinas e dificulta a recuperação da rentabilidade delas. Loureiro apontou que o excesso de produção da China, aliado ao câmbio atual, vem favorecendo a entrada de produtos importados. Ele ainda considerou que há até mesmo um risco de que as usinas sejam forçadas a praticarem reduções de preço, mas ponderou que não há no momento nenhuma sinalização neste sentido por parte delas. "É preciso observar o mercado, não adianta reduzir preço se não há demanda", comentou.Assim como já vinha ocorrendo em outros meses, o crescimento das importações foi muito influenciado pelos zincados, como o galvalume. Se em meses anteriores, porém, a importação servia para abastecer o mercado local porque a capacidade da indústria não supre completamente a demanda, disse ele, hoje já há capacidade ociosa nas usinas. Loureiro informou que, depois de uma alta no preço dos galvanizados pelas usinas, eles foram reajustados para baixo em 10% este mês.Além disso, Loureiro destacou o crescimento nas importações de laminados a frio. No acumulado de janeiro a maio, as importações desses produtos subiram 88,1% na comparação com o mesmo período de 2014. "A questão da importação é hoje estrutural, as usinas não têm condição de competir com o preço do importado e no patamar atual do câmbio", opinou. "Enquanto os preços do produto chinês se mantiverem, há pouco espaço para recuperação de preço pelas usinas no mercado mundial e o mercado nacional segue isso", concluiu.

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