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Índios invadem usina da Copel para negociar indenização ambiental

Por Agencia Estado
Atualização:

Um grupo de índios da tribo caingangue, de Tamarana, a 340 quilômetros de Curitiba, no norte do Paraná, invadiu na tarde de domingo a Usina Hidrelétrica de Apucaraninha, pertencente à Companhia Paranaense de Energia (Copel). Os dois funcionários que mantêm a usina funcionando foram impedidos de deixar o local. Os índios querem uma definição rápida no processo de indenização por danos ambientais, que cobram da Copel. A produção de energia não foi interrompida. Uma reunião no Ministério Público Federal, amanhã, em Londrina, pode dar fim ao protesto. A questão envolvendo os índios e a Copel é antiga, assim como a usina, construída em 1949 dentro da reserva indígena. A empresa de energia paranaense foi criada em 1954 e, posteriormente, a hidrelétrica de Apucaraninha foi incorporada ao seu patrimônio. A luta histórica dos índios ganhou mais projeção no final de 2001, quando o Ministério Público Federal credenciou-se como mediador no conflito. A Copel concorda com a necessidade de um mecanismo de compensação pelo uso dos recursos naturais. Uma consultoria foi contratada pela companhia para realizar um estudo e estabelecer o valor a ser pago. O resultado do estudo e valores levantados por outras consultorias estão com o Ministério Público Federal, em Brasília, que deve dar um parecer. "A Copel aguarda o parecer para que qualquer acordo possa ser legitimado", informou a assessoria de imprensa da empresa. Segundo o cacique da tribo caingangue, Juscelino de Oliveira, há necessidade de um acordo rápido, pois a comunidade está cobrando. A usina tem potência instalada de 9,5 megawatts, suficiente para atender cerca de 30 mil pessoas. A Copel não entrou com pedido de reintegração de posse da usina. Esta não é a primeira vez que ela é invadida e sempre o problema foi resolvido de forma pacífica. Além disso, pelas informações recebidas pela empresa, os funcionários não estavam correndo nenhum risco, apesar de estarem impedidos de deixar o local. O procurador do meio ambiente em Londrina, João Akira Omoto, estava hoje em São Paulo, mas disse que amanhã retorna para fazer uma reunião e mediar novamente a paz entre os índios e a Copel.

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