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Indústria Canguru lança FIDC para captar R$ 40 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

Com o objetivo de reduzir custos e "testar" o mercado de capitais, a indústria Canguru, fabricante de embalagens de Santa Catarina, lançou hoje o Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), para captar R$ 40 milhões. O fundo deve pagar 120% de CDI, com prazo de cinco anos, renovável, segundo explicou o sócio-diretor da Hampton Solfise, Luciano Araújo. A Hampton foi responsável pela estruturação do fundo, que tem ainda como participantes da operação a Standard & Poor`s, Itaú, Mellon, KPMG, Pinheiro Neto Advogados e a corretora Equipe. A carteira do FIDC da Canguru é formada por recebíveis performados, oriundos de pedidos já atendidos e faturados aos clientes, definidos como os recebíveis que a Canguru gerar no futuro, no curso de suas operações comerciais. O vice-presidente da Canguru, Ernesto Schulz, disse que a empresa ainda não tem planos de abrir o capital. "Estamos apenas nos apresentando ao mercado", disse. Para ele, a empresa terá dois benefícios principais com o FIDC, que são melhorar o perfil da dívida e reduzir custos. "É uma operação de desintermediação, com melhoria de custo, adequada ao risco do nosso negócio", disse. Segundo ele, o fundo vai mudar o perfil de captação da empresa, "substituindo o crédito pelo mercado de capitais". A Canguru faturou R$ 440 milhões em 2005 e emprega 2 mil funcionários. Para Araújo, os principais atrativos do FIDC da Canguru são a remuneração de 120% mais CDI líquida (sem taxa de administração); o fato de ser um fundo aberto que permite resgate após um período de carência de 300 dias e, ainda, a "não volatilidade", já que a rentabilidade é contínua ao longo do tempo. Patrícia Bentes, diretora da Hampton, disse que uma das inovações do fundo no mercado brasileiro é o rating BBB definido pela Standard & Poor`s, segundo ela "um risco adequado e que está em grau de investimento". Ela explica que as operações no mercado hoje estão sempre concentradas em graus BB ou AAA e o FIDC pode significar uma abertura do mercado para operações com risco BBB. Os investidores alvo do fundo são os fundos de pensão, seguradoras, gestores de recursos (asset managers) e "outros aplicadores de grande porte". A estrutura do fundo é composta por cotas seniores e subordinadas. A distribuição de sacados é pulverizada, com máximo de concentração admitida de 3% por sacado. As exceções são de sacados que são os principais clientes da Canguru e considerados de baixo risco, cuja concentração máxima foi elevada, como é o caso da Johnson & Johnson (5%), Unilever (5%), Mabesa (5%) e Kimberly Clark (15%).

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