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Inflação nos EUA e Copom agitam a semana

Por Agencia Estado
Atualização:

Se não bastasse a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), amanhã e quarta-feira, a semana será agitada do lado internacional. Diversos indicadores importantes vão ser divulgados nos Estados Unidos, o que pode provocar fortes oscilações nos mercados brasileiro e mundial. Por aqui, a expectativa geral é de que o Copom cortará a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano. "A atividade econômica e a inflação estão sob controle", explicou Ures Folchini, vice-presidente de Tesouraria do Banco West LB do Brasil. Sua colega Tatiana Pinheiro, economista do banco ABN Real, concorda. "A inflação está comportada e a atividade, moderada", disse. Ambos acreditam que a hipótese de uma redução de 0,75 ponto porcentual da Selic, que começou a ganhar força na semana passada, é pequena. A questão, para eles, é decifrar o que fará o Copom no último encontro do ano, marcado para os dias 28 e 29 de novembro. Por ora, tanto Folchini quanto Tatiana projetam um corte de 0,25 ponto porcentual, o que faria a Selic encerrar 2006 em 13,5% ao ano. "Mas essa previsão é 'data dependent'", disse a economista do ABN. Ela se refere a um jargão do mercado financeiro segundo o qual uma projeção precisa de mais indicadores da realidade para se confirmar ou não. Futurologia à parte, o fato é que o mercado não deve se alterar muito com o resultado da reunião desta semana. O que deve mexer com o humor dos investidores são os dados da economia americana. Amanhã saem o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) e a produção industrial, ambos relativos a setembro. Na quarta-feira, é a vez do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, também na sigla em inglês) de setembro e um indicador do mercado de casas novas. A projeção mais freqüente dos analistas para o PPI é de uma deflação de 0,7% para o índice cheio. Para o CPI, a expectativa é também de deflação, de 0,3%. As previsões para produção industrial são de uma queda de 0,1% em relação a agosto. "A ata do Fed da semana passada revelou que ainda há preocupação com a inflação, mas o documento foi escrito há algumas semanas e, de lá para cá, o cenário mudou", afirmou Tatiana. Essa mudança, explicou, foi para melhor, principalmente por causa da queda das cotações do petróleo. Nesse cenário, tanto Folchini quanto Tatiana dizem que cresceram as apostas num pouso suave da economia dos EUA. Algo que poderá ou não ser confirmado nas próximas semanas.

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