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Influenciado pelo impasse nos EUA, dólar fecha em leve alta de 0,41%

Moeda americana encerrou o pregão a R$ 2,184, à espera de solução para possível estouro da dívida americana

Por Fabrício de Castro e da Agência Estado
Atualização:

As negociações entre democratas e republicanos nos Estados Unidos, em relação ao orçamento e à ampliação do teto da dívida do país, continuaram permeando os negócios em todo o mundo nesta terça-feira, 15. No mercado brasileiro de moedas, isso se traduziu em certa cautela entre os investidores, o que reduziu a liquidez e fez a moeda oscilar em margens contidas.

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A moeda americana encerrou o pregão em alta de 0,41%, a R$ 2,1840.

"Todos ainda estão apreensivos com a questão fiscal norte-americana", resumiu profissional de um grande banco ouvido pelo Broadcast. O dólar manteve-se em alta durante todo o dia ante o real, com o mercado também discutindo se o Banco Central irá rolar ou não os contratos de swap que vencem em 1º de novembro.

Na cotação máxima do dia, vista às 9h55, o dólar marcou R$ 2,1890 (+0,64%) e, na mínima, às 12h59, atingiu R$ 2,1770 (+0,09%). O giro financeiro foi bastante contido para uma terça-feira. Perto das 16h30, conforme a clearing de câmbio da BM&FBovespa, ele somava US$ 780,7 milhões, sendo US$ 689,2 milhões em D+2. No mercado futuro, o dólar para novembro subia 0,02%, a R$ 2,1920.

Pela manhã, a expectativa de que o Congresso americano poderia chegar a um acordo para resolver o impasse fiscal - mesmo que momentaneamente - gerava certo otimismo no exterior. Isso favoreceu, por exemplo, a alta das bolsas de ações na Europa, mas o dólar mantinha direções distintas ante moedas de países ligados a commodities. No Brasil, profissionais descreviam um mercado "travado", à espera de novidades dos EUA.

"Em teoria, se sair um acordo nos EUA, deixamos de lado o cenário de catástrofe, de default do país. No curtíssimo prazo, o dólar pode até ganhar força ante o real com isso", comentou o profissional do banco. "Mas no médio prazo, se o mercado entender que pode ser prorrogado o momento de início da redução de estímulos pelo Federal Reserve, isso teria uma pressão de baixa para o dólar", acrescentou.

Nos EUA, durante a tarde, as negociações no Senado foram suspensas enquanto a Câmara trabalha em um projeto separado para resolver a questão fiscal. Os líderes do Senado davam os toques finais em um plano bipartidário que eleva o teto da dívida até 15 de fevereiro. Mas os republicanos da Câmara passaram a considerar uma nova iniciativa, que evita um default, mas acrescenta termos que sofrem a oposição de democratas e da Casa Branca. O presidente dos EUA, Barack Obama, aliás, tinha reunião marcada com os líderes do Congresso na tarde de hoje, justamente para tentar avançar no acordo.

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De olho neste cenário, profissionais da área de câmbio continuavam discutindo, nesta terça-feira, a possibilidade de o BC brasileiro não rolar, de forma integral, os contratos de swap que vencem em 1º de novembro. A informação foi dada ontem pelo Broadcast. Na prática, se não rolar todos os contratos, o BC recolhe recursos do sistema, reduzindo um pouco a pressão de baixa mais recente para a moeda americana no Brasil. No entanto, parece claro que o BC deve esperar pelo menos até a próxima quinta-feira - quando o teto da dívida dos EUA será atingido, se não houver acordo entre democratas e republicanos - para adotar uma posição sobre a rolagem. Afinal, ainda haveria tempo suficiente para promover a rolagem nas sessões seguintes, antes do fim do mês.

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