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Ingresso da Lan no controle da Varig será decidida até junho

Por Agencia Estado
Atualização:

A entrada do grupo chileno Lan na composição acionária da Varig será definida até junho, informou hoje o presidente da empresa, Guilherme Laager. No mês passado, os chilenos anunciaram um empréstimo de US$ 17,1 milhões para a Varig que "futuramente" poderia ser convertido em participação acionária, mas o porcentual não foi divulgado. Estima-se, porém, que essa fatia poderia alcançar 5%. O executivo negou qualquer contato formal com a Gol e a TAM, que teriam manifestado interesse na empresa, conforme rumores do mercado. A Lan, grupo controlador de companhias aéreas da América do Sul, que tem como principal ativo a Lan Chile, poderá assumir a operação internacional da Varig, indicou Laager. Segundo ele, o foco da Varig é o mercado doméstico. Nesse sentido, diz que até março chegarão dois aviões da americana Boeing, modelo 737-300, para 132 passageiros. Até julho, chegarão outro 737-300 e um 737-400. Todos voltados apenas para o mercado doméstico. Mais duas aeronaves deverão ser integradas até o final do ano à frota atual da Varig, composta por 18 aviões, mas os modelos ainda não foram definidos. Outra possibilidade de a Varig aumentar a sua frota é a Lan Chile ceder seu "lugar na fila" em encomendas já realizadas com a Boeing e com a européia Airbus. "O interesse da Lan Chile pela Varig é, acima de tudo, estratégico. Eles também estão interessados no tráfego de quinta ou sexta liberdade, que são vôos do Brasil para qualquer ponto da América do Sul", diz o diretor de planejamento da Varig, Luiz André Patrão, que participou hoje do primeiro encontro do presidente da empresa com a imprensa. Laager, por sua vez, lembrou que a Lan Chile tem 90 aviões e que alguns deles podem ser retirados de rotas não rentáveis da companhia chilena e "matriculados" no País. Até 2008, o plano da Varig é ter um frota de 40 aviões, o que poderá lhe proporcionar uma fatia de 18% do mercado doméstico, segundo estimativa da empresa. Em 2007, a expectativa é de uma participação de mercado de pelo menos 10%, ante os atuais 5,6%. A Varig vai usar 124 dos 125 espaços para pouso e decolagem (slots) a que tem direito de usar no Aeroporto de Congonhas, afirmou Laager. Ele também disse que a empresa pode abrir o capital em até dois anos. Segundo o executivo, ainda há interesse em aviões da brasileira Embraer, mas considerou que as condições de financiamento, já pedido ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), são menos vantajosas do que no exterior. Sobre o favorecimento de um grupo de executivos, que receberam antecipações de indenizações trabalhistas em torno de R$ 1 milhão antes de serem demitidos, Laager afirmou que vai aguardar a conclusão do processo para tomar uma providência. A Justiça do Rio aguarda o depoimento de 12 pessoas favorecidas, antes do leilão da Varig, em julho de 2006, para divulgar sua decisão.

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