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Intervenções no câmbio pelo governo são necessárias, defende Barral

Segundo ministro interino do MDIC, oscilações bruscas são mais prejudiciais à exportação do que um dólar em patamar reduzido

Por Alessandra Saraiva e da Agência Estado
Atualização:

O ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou nesta terça-feira, 18, que as intervenções do governo no câmbio, comprando ou vendendo dólar, são necessárias para conter as oscilações bruscas do dólar e não conduzem a embate entre o setor exportador brasileiro e as políticas do ministério da Fazenda e do Banco Central no País.

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"Evidentemente, há um debate dentro do governo (sobre o tema), mas o governo trabalha em conjunto", afirmou. "Por outro lado, a oscilação do câmbio, principalmente oscilações muito bruscas como a que vimos com o caso da crise da Europa, acabam sendo mais prejudiciais à exportação do que um dólar em patamar reduzido" , afirmou.

Para Barral, entre os exportadores brasileiros "o custo da imprevisibilidade (do dólar) é muito mais alto do que o custo do dólar em um patamar mais baixo". Por isso, as intervenções do governo no câmbio estariam em consonância com o bem-estar dos exportadores brasileiros, na avaliação do ministro interino.

Barral participou do XXII Forum Nacional, nesta terça de manhã, no Rio. Ele comentou, também, as possíveis implicações para os exportadores brasileiros do cenário de turbulência na Europa. Na prática, de acordo com o ministro, os maiores mercados europeus consumidores de exportações brasileiras, que são a Alemanha e a Holanda, ainda não foram afetados negativamente por um contágio da crise econômica na Grécia. "O efeito da crise tem impacto muito grande, principalmente na confiabilidade dos negócios e de garantias. Mas não houve alastramento para os principais mercados (destinos do Brasil)" disse.

Em sua palestra no evento, o ministro admitiu que existe uma carga tributária que onera a competitividade dos exportadores brasileiros, principalmente nas vendas externas de manufaturados. De janeiro a abril deste ano, as exportações de manufaturados já amargam um deficit de US 10 bilhões, acima do apurado em igual período do ano passado, quando o saldo negativo ficou em US 7 bilhões. Ele reconheceu ainda que há um acúmulo de ICMS sobre as exportações brasileiras, mas que este problema só pode ser resolvido por meio de uma reforma tributária.

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