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Investidor questiona preço da Varig

Por Agencia Estado
Atualização:

O leilão da Varig, marcado para segunda-feira, está cercado de dúvidas. Nem mesmo a OceanAir, considerada a principal interessada no negócio, tem certeza se participará da disputa. "Estamos analisando os dados, mas ainda não decidimos. Há muitas indefinições no processo", disse o empresário German Efromovich, dono da OceanAir. Ele não entrou em detalhes. Apenas falou sucintamente que o interesse da empresa pelo leilão diminuiu. Para analistas de aviação, os investidores não estão seguros sobre o valor dos ativos postos à venda e temem ficar com um enorme pacote de dívidas trabalhistas e fiscais. Nem as declarações do juiz que acompanha o processo, Luiz Roberto Ayoub, assegurando que o comprador não herdará as dívidas da Varig, resolveram o problema. A apenas três dias do leilão, o que se sabe com certeza é que o possível comprador ficará com rotas domésticas e, eventualmente, as internacionais, além da frota de aviões e o quadro de funcionários. As áreas comerciais e de serviços não entrarão no leilão. Mas ainda não foi divulgada uma lista com os ativos físicos da Varig que serão vendidos. O edital descreve, genericamente, que será feita a transferência de contratos de transporte, descrita como "unidade produtiva" da "Varig Operações". "O leilão corre sério risco de ´micar´. Temos muito pouco tempo para analisar os dados, está tudo confuso e há muito dinheiro envolvido. A tendência é não participarmos", disse uma pessoa que esteve ontem no data room da Varig. Segundo ela, não está claro quais ativos serão vendidos. Outro obstáculo é a necessidade de o comprador fazer um adiantamento de US$ 75 milhões três dias depois de ser declarado vencedor do leilão. O investidor que acessou o data room disse que esse dinheiro pode virar pó. "Se eu pagar US$ 75 milhões e a Agência Nacional de Aviação Civil não aprovar a venda, esse dinheiro vai acabar na massa falida", afirmou. Incertezas quanto a sucessão trabalhista também estão entre os motivos que levaram a consultoria Azulis, que diz representar um grupo franco-suíço não identificado, a desistir do negócio. "O rombo é maior do que o esperado", afirmou o representante do grupo no Brasil, Emerson Pieri. A movimentação ontem no data room foi intensa, com representantes da Gol, TAM e OceanAir acessando dados da companhia. Ironicamente, quase todos os representantes eram ex-executivos da Varig, que deixaram a empresa por conta da crise. Fontes próximas à Gol e à TAM dizem que as duas empresas não devem entrar no leilão. A Webjet ainda não acessou o data room, mas, segundo seu presidente, ainda tem interesse. Segundo fontes do mercado, a Webjet está trabalhando com a Azulis, que poderia rever sua posição, dependendo de uma negociação com o BNDES.

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