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Italianos propõem solução para a Brasil Telecom

Por Agencia Estado
Atualização:

A Telecom Italia apresentou à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a proposta de transferir sua participação de 38% na Solpart, controladora da Brasil Telecom, para um fundo, que será gerido pelo Credit Suisse. A empresa tem até o dia 28 deste mês para resolver a sobreposição de licenças móveis e de longa distância entre a TIM, sua controlada, e a Brasil Telecom. Se a operação for aprovada, ficará resolvido o problema de sobreposição, proibido pela regulamentação do setor. O Credit Suisse administrará a participação com a intenção de vendê-la. Em comunicado, a TIM destacou que "a Telecom Italia já havia conferido ao JP Morgan mandato para tal alienação". A proposta deveria ter sido encaminhada à Anatel ainda na sexta-feira, mas a solução de alguns detalhes terminaram por atrasar a iniciativa. O presidente da Anatel, Plínio de Aguiar Júnior, afirmou semana passada que o prazo do dia 28 não seria prorrogado. A opção pelo fundo terá de ser analisada pela agência. Ao colocar os papéis no trust, os acionistas deixam de participar da gestão da empresa, mas mantêm seus direitos econômicos. Todos os acionistas da Brasil Telecom declararam que querem vender suas participações. Fundos de pensão e Citigroup estão organizados por meio de um contrato de venda conjunta para alienar as respectivas posições que, juntas, representam o controle da operadora. A Telecom Italia, por sua vez, depois de diversas tentativas malsucedidas de adquirir o comando da empresa brasileira, anunciou recentemente seu plano de sair da empresa. O fracasso das negociações entre italianos e fundos de pensão sempre se deveu à falta de consenso sobre preço. No mês passado, a decisão da Telecom Italia de cindir seus negócios móveis, pouco depois de tê-los incorporado, revelou a delicada situação dos sócios e a necessidade de caixa. A confusão, que apontava para o objetivo de alienação das atividades celulares, culminou na renúncia do líder da operadora italiana, Marco Tronchetti Provera. Depois de o primeiro ministro italiano, Romano Prodi, interferir no debate e pedir que os ativos não fossem vendidos, os rumores agora recaem sobre a TIM Brasil - maior ativo estrangeiro do grupo. A crença do mercado é que as operações podem ser vendidas a qualquer momento, embora a empresa não tenha se manifestado oficialmente sobre o assunto. Durante o evento Futurecom, o presidente da TIM Brasil, Mario Cesar Pereira de Araújo, disse que não tinha qualquer informação sobre o tema e concentrava sua rotina apenas na gestão operacional da companhia.

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