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Juro abre estável e espera sinais da reunião do BC

Por Agencia Estado
Atualização:

A reunião de representantes do Banco Central com economistas de instituições financeiras de São Paulo, hoje, em pelo menos três sessões, a partir da manhã, estará no foco das atenções do mercado de juros. Até que as primeiras impressões dos participantes cheguem às mesas de operações, o mais provável é que o mercado de juros fique parado ou com oscilações modestas. A mesma expectativa pela reunião é sustentada pelo mercado de câmbio. No pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros, (BM&F), o juro do contrato de DI (depósito interfinanceiro) de janeiro de 2008 estava em 14,34% ao ano às 10h20, ante o fechamento na sexta-feira a 14,33% ao ano. Os analistas vão tentar obter as percepções da autoridade monetária sobre política monetária de curto prazo - que possam, por exemplo, reforçar a aposta majoritária de que haverá mais três quedas da Selic este ano, cada uma de 0,25 ponto porcentual ou, quem sabe, aumentar as chances de um corte de 0,50 pp agora no final do mês (hipótese menos cogitada, mas que tem alguns adeptos mais otimistas). Também vão buscar a avaliação do BC sobre inflação em 2007. Alguns analistas, por sinal, estão esperando este reunião para confirmar suas próprias projeções. Hoje, na Focus, a mediana das expectativas para 2007 não mudou: permanece em 4,50% há 53 semanas. Mas a média vem caindo e hoje registrou novo recuo, de 4,46% para 4,45% (há pouco mais um mês, em 14/7, estava em 4,50%). Isso se refletirá na mediana da Focus a qualquer momento. A mediana das expectativas para o IPC-Fipe de 2007 já caiu na pesquisa de hoje, de 4,30% para 4,20%. Eventuais sinais do BC sobre câmbio e crescimento econômico também estarão no radar. Tudo que diz respeito ao câmbio, diz respeito à inflação futura, portanto aos juros. E os juros estão com suas expectativas muito tranqüilas por causa do nível baixo das cotações do dólar. Quanto ao crescimento, a Focus de hoje trouxe nova revisão para baixo nas estimativas do PIB deste ano, de 3,55% para 3,53%. Os jornais do fim de semana vieram repletos de reportagens sobre o assunto, todas nesta mesma direção de crescimento menor do que o previsto antes. Agora cedo, os futuros em NY estão no negativo, com o mercado dando sinais de que cresce a preocupação com o ritmo (talvez forte demais) da desaceleração nos EUA. O mercado doméstico vai monitorar isso de perto, hoje e ao longo dos próximos dias, observando sobretudo indicadores de atividade norte-americana. Na quarta e na quinta serão divulgados dados do mercado imobiliário. Na quinta tem encomendas de bens duráveis (julho), para as quais os prognósticos são ruins (o número cairia de +2,9% para -0,50%, de um mês para o outro). Note-se porém que este dado costuma ser mais volátil. O mercado comenta nas mesas a revisão do banco de investimentos UBS de sua estimativa de crescimento real anualizado da economia norte-americana de 2,5% para 2% para o segundo semestre de 2006, ao mesmo tempo em que enxugou de 2,5% para 2,2% a expectativa de expansão para o próximo ano. Tudo isso reunido vai compor o panorama do mercado de juros para a reunião do Copom, nos próximos dias 30 e 31.

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