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Juros caem com fala de Bernanke, dólar e inflação

Taxas futuras cederam no mercado interno, na esteira de baixa do dólar e índice de preços bem comportado

Por Marcio Rodrigues e da Agência Estado
Atualização:

As declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, foram determinantes nesta quarta-feira, 17, para a queda do dólar, dos juros dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) e, consequentemente, das taxas futuras de juros domésticas, sobretudo de longo prazo. Além disso, a inflação corrente seguiu surpreendendo para baixo, o que favoreceu a retirada de prêmios e trouxe apostas, ainda que pontuais, em redução do ritmo de aperto monetário.

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Na Câmara dos Deputados dos EUA, Bernanke disse que a política monetária acomodatícia é necessária no curto prazo e que o ritmo das compras de bônus pode ser mantido por mais tempo, ou até elevado, caso as condições da economia sejam desfavoráveis. A leitura foi de que a redução dos estímulos pode não ocorrer no curtíssimo prazo.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para outubro de 2013 (104.320 contratos) estava em 8,42%, igual ao ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (399.140 contratos) marcava 8,75%, ante 8,77% na véspera. O vencimento para janeiro de 2015 (292.100 contratos) indicava taxa de 9,36%, ante 9,45%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (189.125 contratos) apontava mínima de 10,44%, de 10,56%. O DI para janeiro de 2021 (9.090 contratos) estava na mínima de 10,85%, de 10,99%. O DI para janeiro de 2023 (12.730 contratos) caía para 10,94%, também na mínima, de 11,09% na véspera.

"A queda do dólar ajuda a minimizar, ainda que pontualmente, as preocupações sobre seu impacto na inflação. Isso, com os índices em patamares baixos atualmente, fez as taxas caírem", afirmou um operador. "Mesmo porque, esse cenário com os dados de atividade mostrando fraqueza podem fazer o ciclo de aperto monetário ser menor do que se antecipava", continuou. O dólar à vista no mercado de balcão terminou com baixa de 1,20%, a R$ 2,2310.

Mais cedo, foi anunciado que a inflação na cidade de São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), teve ligeira alta de 0,01% na segunda leitura do mês, desacelerando ante a prévia anterior, quando subiu 0,16%. O resultado apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ficou abaixo da mediana encontrada pelo AE Projeções, de +0,05%.

Além da inflação comportada, a atividade fraca é outro fator importante nos negócios. O Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace), lançado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em parceria com o instituto de pesquisas independente norte-americano The Conference Board, recuou 0,6% em junho, após queda de 1,2% em maio.

No fim da tarde, após reunião com Dilma, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou sobre a política fiscal. Ele disse que a presidente estabeleceu cinco pontos de estabilidade fiscal e que a União fará sua parte, "mas Estados e municípios também terão de fazer". "Todos os atos que venhamos a fazer têm de vir acompanhados de redução de gastos", afirmou o ministro. O governo tem até a próxima segunda-feira, 22, para divulgar o Relatório de Reprogramação Orçamentária, onde, espera-se, venha acompanhado de um corte de gastos de até R$ 15 bilhões.

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No mercado, há ainda a expectativa pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, que será publicada na manhã desta quinta. No documento, o mercado espera que o BC detalhe sua visão de cenário externo, câmbio e impacto do dólar mais caro para os preços.

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