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Juros curtos seguem travados e médios e longos caem

Por Patricia Lara
Atualização:

Os contratos futuros de juros de curto prazo cumprem uma jornada de poucas movimentações, enquanto a baixa disposição ao risco que permeia o exterior justifica recuo nos vencimentos médios e longos. As movimentações confirmam um mercado que não identifica razões para remodelar a expectativa de que haverá queda de 0,50 ponto porcentual da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana, quando a taxa passaria do 8% atual para 7,5% ao ano. Os contratos curtos comportam ainda expectativas divergentes para o encontro de outubro, com investidores divididos entre manutenção ou corte de 0,25 ponto porcentual da taxa básica no penúltimo encontro do ano do Copom. Às 10h47, o contrato para janeiro de 2013 apontava 7,33%, de 7,31% no ajuste. O DI janeiro de 2014 indicava 7,93%, de 7,96% no ajuste. Nos longos, a taxa do janeiro de 2021 cedia de 9,97% no ajuste para 9,90% há pouco.De acordo com pesquisa do AE Projeções, 80 de 81 instituições consultadas com a previsão de corte de 0,50 ponto porcentual da Selic na próxima semana. Em relação aos próximos passos na condução da política monetária, a divergência ainda é grande. Considerando uma amostragem de 74 instituições do mercado financeiro, 34 casas previram que a taxa de juros terminará 2012 na marca de 7,5%, após o corte de 0,50 ponto porcentual previsto para a próxima semana. O AE Projeções captou também que 20 casas aguardam a Selic em 7,00% no fim do ano; 19 no nível de 7,25%; e apenas uma em 7,75%, o Banco de Ribeirão Preto, que também vê o encerramento da sequência de baixas em agosto, só que em forma de queda de 0,25 ponto.Até outubro, o Copom terá em mãos dois dados da produção industrial, além de outros indicadores. O indicador sobre o desempenho do parque fabril de julho será anunciado em 4 de setembro, enquanto o documento de agosto será conhecido no dia 2 de outubro. O encontro do Copom de outubro ocorrerá nos dias 9 e 10. Os dados da produção industrial são calculados pelo IBGE, que não conseguiu na quinta-feira apresentar a compilação das taxas de desemprego nacional, em razão do impacto da greve dos servidores. Nesta sexta-feira saiu informação de que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai se reunir na próxima semana com representantes do setor automotivo para avaliar dados que subsidiarão a decisão do governo de prorrogar ou não a redução do IPI para automóveis. O benefício fiscal, que vigora até 31 de agosto, ajudou as montadoras a reduzirem seus estoques, diante das fortes vendas. E os próximos dados de produção devem captar melhor o efeito da medida, anunciada em 21 de maio.No exterior, o impasse sobre o apelo da Grécia para ter um prazo maior para cumprir as condições previstas no pacote de resgate ao país continua. Após reunião hoje com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou querer que a Grécia permaneça na zona do euro. Mas Merkel não se comprometeu a conceder mais espaço de manobra com relação às medidas de austeridade até a conclusão de um relatório da troica sobre os progressos gregos com as reformas estruturais, o que é previsto para setembro.

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