PUBLICIDADE

Juros curtos têm leve alta e investidor aguarda Copom

As taxas futuras sinalizam alta de 0,5 ponto porcentual para a Selic, referencial do juro, para 8,5% ao ano

Por Marcio Rodrigues e da Agência Estado
Atualização:

Os investidores em juros passaram o dia em compasso de espera pelo fim da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na noite desta quarta-feira, 10, quando, segundo sinalizam as taxas futuras, a Selic deve ser elevada em 0,50 ponto porcentual, para 8,50% ao ano. O leve avanço das taxas de juros curtas nesta sessão ocorreu na esteira da valorização do dólar em relação ao real, enquanto as taxas intermediárias e longas passaram por um correção de baixa, que foi consolidada depois que o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) divulgou a ata de sua última reunião de política monetária. O documento mostrou que muitos membros do colegiado querem mais ganhos no mercado de trabalho antes de reduzir as compras de bônus, ainda que cerca de metade enxergue o fim das compras de bônus ainda neste ano.

PUBLICIDADE

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para outubro de 2013 (147.040 contratos) estava na máxima de 8,46%, de 8,43% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (148.170 contratos) marcava 8,80%, ante 8,78% na segunda-feira. O vencimento para janeiro de 2015 (237.870 contratos) indicava taxa de 9,52%, ante 9,58%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (172.800 contratos) apontava 10,82%, de 10,87% na segunda-feira. O DI para janeiro de 2021 (10.305 contratos) estava em 11,26%, de 11,33%.

"A liquidez seguiu reduzida no pregão de hoje, com os investidores optando por esperar o comunicado que acompanhará a decisão do Copom. Em princípio, a curva está bem precificada", afirmou um operador, destacando que as apostas estão concentradas em uma alta de 0,5 ponto porcentual da Selic, com a taxa terminando o ano próxima de 9,5%.

Os dados correntes da inflação vêm apresentando números cada vez melhores. A leitura diária feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV), por exemplo, apontou nova deflação para o IPCA ponta (-0,20%), puxada pelo forte recuo dos preços dos alimentos (-0,62%) nas últimas semanas.

Além disso, a atividade não indica pressões inesperadas sobre os preços mais adiante. O emprego na indústria recuou 0,5% - maior retração desde dezembro de 2009 - na passagem de abril para maio, na série livre de influências sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As vendas no varejo caíram 3,74% em junho na comparação com maio, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), com base no levantamento com o Sistema de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

No exterior, o destaque foi a ata do Fed, que colocou as Bolsas norte-americanas em leve alta, ainda que momentaneamente, e tirou um pouco o fôlego do dólar. Apesar de o documento ter mostrado que cerca de metade dos membros do Fed vê o fim das compras de bônus ainda neste ano, muitos querem mais ganhos no mercado de trabalho antes de reduzir os estímulos. Além disso, os diretores em geral apoiaram um período "considerável" de taxas baixas de juros. Ou seja, não houve sinal mais claro de que a redução das compras de bônus ocorra em setembro, como muitos agentes do mercado temiam.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.