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Juros domésticos desabam no dia seguinte ao Copom

Por Agencia Estado
Atualização:

O contrato futuro de juro para o mês de janeiro de 2007 (o mais negociado) desabou nesta quinta-feira, projetando taxa de 15,20% ao ano, contra 15,30% no fechamento dos negócios ontem, numa reação drástica a dois fatores: primeiro, a sinalização dada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que apesar de ter ratificado a aposta majoritária do mercado (corte de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juro Selic), não votou em consenso (três diretores votaram a favor do corte maior, de 1 pp) e ainda retirou do comunicado o trecho que, nas reuniões anteriores, falava em acompanhamento atento do cenário de inflação; segundo, a forte queda da produção industrial em janeiro, de 1,3% ante dezembro, quando a expectativa mais pessimista do mercado era de uma queda de 0,40%. Como o cenário externo não apresentou a turbulência vista recentemente (o banco central japonês não elevou os juros e indicou que fará uma transição tranqüila na sua política monetária e as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano subiam apenas moderadamente), o mercado doméstico de juros não teve um obstáculo forte a inibir suas correções para baixo. A curva de juros já embute inteiramente um corte de 0,75 ponto na próxima reunião, nos dias 18 e 19 de abril (ou seja, 0,75 pp é considerado dado) e, pelos sinais do mercado, deve partir para ampliar isso, dependendo dos próximos indicadores e do cenário externo. A divergência entre os diretores do BC e a omissão de trecho do comunicado sobre acompanhamento do cenário inflacionário sugeriram ao mercado que a inflação saiu do rol de preocupações da autoridade monetária. Se três diretores do Copom já votaram ontem por uma queda de 1 pp na Selic - e já tendo acompanhado o movimento dos mercados externos - é possível que o corte seja maior em abril, pensam os operadores. O resultado da produção industrial suscitou comentários de que os dados já teriam chegado às mãos dos diretores do BC na reunião de ontem, reforçando os três votos a favor de um corte maior da Selic.

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