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Juros em leve tendência de baixa após dados dos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

Os juros futuros no mercado doméstico passaram de uma leve tendência de ganho para uma direção de baixa logo após a divulgação do PIB dos Estados Unidos, cujo resultado levou as taxas dos títulos do Tesouro norte-americanos a desacelerarem a elevação observada antes. O juro do título de 10 anos reduziu a alta para 0,50%, a 5,0851%, após bater a máxima de 5,11% minutos antes do dado. No mercado internacional, o dólar acentua perdas ante o euro também depois dos dados. O PIB dos EUA no primeiro trimestre cresceu a uma taxa anualizada de 4,8%, abaixo da estimativa prevista por analistas (5%). O índice de preços dos gastos com consumo pessoal subiu 2%, após um aumento de 2,9% no quarto trimestre. O núcleo do PCE, que exclui os itens de alimentos e energia, avançou 2%, depois do aumento de 2,4%. O índice de preços do PIB com peso em cadeia teve alta de 3,3%, após um aumento de 3,5%. O índice de preços para compras domésticas brutas, que considera os preços pagos por residentes norte-americanos, subiu 2,7%, após um aumento de 3,7% no quarto trimestre. Outro relatório mostrou que os custos no mercado de trabalho avançaram com mais moderação. O custo da mão-de-obra subiu 0,6% no primeiro trimestre, em base sazonalmente ajustada, a menor alta desde o primeiro trimestre de 1999. No quarto trimestre, o índice subiu 0,8%. Wall Street esperava elevação de 0,9% no custo da mão-de-obra. O resultado não deixou de significar um crescimento expressivo da economia norte-americana, mas ficou abaixo do esperado. As pressões inflacionárias são consideradas contidas, tanto nos preços dos produtos, quanto no mercado de trabalho. Para os investidores, são sinais de que o Fed (banco central norte-americano) tem espaço para um eventual pausa no ciclo de aperto monetário, como o sinalizado ontem por Ben Bernanke. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o juro do depósito interfinanceiro (DI) com vencimento para janeiro de 2008 cedeu do patamar do início da manhã (14,72%) para 14,67%, ante 14,70% ontem e ajuste para a abertura do dia a 14,69%. A taxa do DI-janeiro/07 permaneceu estável em 14,81% (14,82% ontem; ajuste a 14,80%). Vale destacar que o comportamento do dólar também ajuda neste leve viés de baixa dos contratos mais longos. Divulgada hoje cedo, 159ª Sondagem Conjuntural da Indústria da Transformação, da FGV, referente ao primeiro trimestre, indicou que a indústria mantém a tendência de reaquecimento. É mais um dado a corroborar com a análise feita ontem pela ata do Copom, sinalizando que o ritmo de corte do juro básico poderá ser reduzido. Do último trimestre de 2005 para o primeiro deste ano, segundo a FGV, subiu de 8% para 18% a parcela dos entrevistados que consideram como forte a demanda atual, enquanto caiu de 22% para 16% a fatia dos pesquisados que classificam a demanda como fraca. Na mesma base de comparação, subiu de 2% para 4% o porcentual dos entrevistados que acham insuficiente o nível de estoques atual, enquanto permaneceu em 9% a parcela dos pesquisados que classificam como excessivo o nível atual de estoques. Também na comparação entre os dois períodos, cresceu de 16% para 27% a parcela dos que consideram como boa a situação atual dos negócios, enquanto permaneceu em 20% a fatia dos que classificam como fraco o cenário atual dos negócios. Para a FGV, "as avaliações sobre situação presente retratam um quadro semelhante ao do mesmo período do ano passado, de crescimento moderado da produção".

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