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Juros futuros cedem com IPCA-15

IPCA-15 ficou em 0,48% em abril, ante alta de 0,55% em março

Por Olivia Bulla e da Agência Estado
Atualização:

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de abril colado à mediana das expectativas deve retirar parte da pressão sobre as taxas dos contratos de depósitos interfinanceiros (DIs) embutida na sessão de ontem do mercado futuro de juros, quando a expectativa por uma inflação "mais salgada" levou os prêmios dos contratos às taxas máximas. Assim, o mercado de juros futuros abriu em baixa hoje. A segunda leitura deste mês do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que ficou em cima da mediana prevista, também chancela um alívio nas taxas a partir de janeiro de 2011, com as apostas para um Comitê de Política Monetária (Copom) mais agressivo perdendo fôlego, ao menos marginalmente. O exterior mais ameno hoje é relegado a segundo plano, com o cenário doméstico de inflação prevalecendo.

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 Nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação apurada pelo IPCA-15 ficou em 0,48% em abril, ante alta de 0,55% em março. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas, de 0,39% a 0,54%, e praticamente colado à mediana, de 0,47%. "O fato de o IPCA-15 ter vindo em linha tira a pressão sobre a curva de juros, com o número confirmando uma desaceleração da alta de preços", afirma o analista econômico da CM Capital Markets, Luciano Rostagno.

 E a segunda prévia de abril do IGP-M ficou igual à mediana das expectativas coletadas pela Agência Estado, em 0,50%. Até o último dia 10 deste mês, o IGP-M acumula aumentos de 3,29% em 2010 e de 2,61% nos últimos 12 meses.

 O especialista da CM Capital avalia que a leitura dos indicadores inflacionários anunciados hoje reforça a expectativa de alta de 0,50 ponto porcentual na Selic em abril, conforme apontado pela pesquisa Focus, divulgada ontem pelo Banco Central. Para ele, o mercado deve calibrar as apostas hoje, pois, nos últimos dias, os agentes vinham aumentando os prêmios das taxas com apostas de que a inflação surpreenderia para cima, o que exigira uma ação mais agressiva de política monetária no Brasil.

 

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