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Juros futuros começam negócios em forte alta

Foto do author Renata Pedini
Por Renata Pedini (Broadcast)
Atualização:

Passada a decisão amplamente esperada de manutenção da taxa básica de juros da economia (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, em 7,25%, os juros futuros iniciaram a quinta-feira de agenda econômica carregada em alta, tocando as máximas. Os investidores digerem dados de inflação, monitoram o câmbio e são influenciados pelo otimismo externo com as negociações para resolver os problemas fiscais dos EUA.Às 10h01, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 7,32%, de 7,29% no ajuste de quarta-feira (28). O DI para janeiro de 2015 marcava 7,93%, de 7,88%; e o janeiro 2016 tinha taxa de 8,45%, na máxima, de 8,37%. Entre os vencimentos longos, o DI com vencimento em janeiro de 2017 projetava 8,76%, na máxima, de 8,70% na véspera e o DI para janeiro de 2021 marcava 9,42%, de 9,36% na quarta-feira (28).O gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, afirma que a manutenção dos juros básicos em 7,25% ao ano pelo Copom ontem não influencia a curva a termo. "O mercado já havia precificado a manutenção e a decisão, por unanimidade, com comunicado repetido, não causa impacto", afirma.No comunicado de quarta-feira (28), a autoridade monetária repetiu o texto de outubro, de que a estabilidade dos juros básicos "por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear".Outros analistas ouvidos pela Agência Estado logo após o anúncio do Banco Central já haviam afirmado que os investidores seguiriam atentos ao comportamento do câmbio e condições econômicas externas.A menor aversão ao risco no exterior após declarações otimistas do presidente dos EUA, Barack Obama, sobre as negociações no Congresso para combater as dificuldades fiscais do país, abre espaço para a recomposição das taxas futuras de juros, de acordo com o economista da Planner Eduardo Velho. Os DIs também monitoram a oscilação do câmbio, acrescenta. Às 9h40, o dólar negociado à vista no balcão subia 0,14%, a R$ 2,091.Entre os indicadores domésticos, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) caiu 0,03% em novembro, ante alta de 0,02% em outubro. A queda foi menor que a mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de -0,09%, com base num intervalo que ia de -0,17% a zero. "A deflação menos acentuada que a mediana do mercado teoricamente contribuiria para elevar os juros futuros", diz Velho.Já Petrassi chama a atenção para a coleta diária da Fundação Getulio Vargas sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No critério ponta, a alta do IPCA passou de 0,77% na terça-feira para 0,84% ontem. "Isso não é notícia boa. Nos últimos dez dias, tem mantido alta forte e o mercado está vendo que essa coleta está incomodando". A aceleração foi puxada por alimentação e bebidas.Ainda de acordo com o gerente da Leme, o mercado está mais atento aos dados sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA (às 11h30, de Brasília) e do Brasil (amanhã). Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, qualquer número entre 1% e 1,3% será satisfatório. "Se for 1%, será um crescimento anualizado de 4%", afirmou, em entrevista à imprensa local e internacional. Mantega prometeu ainda mais medidas para estimular o crescimento da economia.De volta à agenda doméstica, nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou alta de 0,21% em outubro, ante taxa de 0,69% em setembro (dado revisado). Os preços dos alimentos, que caíram 1,51%, tiveram a primeira taxa negativa desde fevereiro deste ano (-1,41%). O setor acumula, em 2012, variação de preços de 13,47%.Também hoje saem a nota de política monetária e operações de crédito de outubro (às 10h30) do Banco Central; e o resultado primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS) (às 14h30). Para este dado, as estimativas de economistas ouvidos pelo AE Projeções vão de superávit primário de R$ 4,0 bilhões a R$ 15,3 bilhões, com mediana de R$ 12,0 bilhões.

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