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Juros futuros de longo prazo sobem com declarações de Meirelles

Analistas viram sinalização de que corte de 0,5 ponto porcentual na Selic em abril seria suficiente

Por Denise Abarca e da Agência Estado
Atualização:

Os juros futuros de curto prazo devolveram prêmios e encerraram em queda, enquanto os longos subiram, ao término da negociação normal na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). O IPCA-15 de abril não trouxe surpresas e, com isso, o mercado se moveu a partir da leitura feita das declarações do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, hoje durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

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 O volume de contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em junho de 2010 - um dos que refletem as apostas do mercado para a próxima decisão do Copom, na semana que vem - era explosivo, com 855.945 contratos, e taxa de 9,135% ao ano, de 9,14% ontem. O DI de julho de 2010 (533.730 contratos negociados hoje) caía a 9,402% ao ano, de 9,42% no ajuste de ontem; o DI de janeiro de 2011 (353.490 contratos negociados) cedia a 10,71%, de 10,74% no ajuste anterior; o DI janeiro de 2012 (262.990 contratos) estava na máxima de 12,04%, ante 12,01% no ajuste de ontem. 

Os profissionais de renda fixa interpretaram as palavras de Meirelles como um sinal de que o BC não vê necessidade de pesar a mão no início do processo de ajuste de alta da Selic e, com isso, uma dose de aumento de 0,5 ponto porcentual na taxa estaria de bom tamanho agora em abril. "Ele (Meirelles) procurou passar a impressão de que o BC não está atrás da curva, quis refutar essa imagem", avalia a economista da Link Investimentos Marianna Costa, referindo-se a um possível atraso do BC na condução de aumentos da taxa Selic. 

Aos parlamentares, o presidente do BC disse que é preciso aguardar a divulgação de novos indicadores econômicos sobre o uso da capacidade instalada da indústria para se observar a real tendência da atividade, em meio a dados divergentes divulgados recentemente. Ele observou que os índices da CNI e da Fiesp mostraram, no início de 2010, queda do uso da capacidade. Sobre a inflação, Meirelles explicou que "por definição", o período que a autoridade monetária leva em conta no chamado "horizonte relevante" para as decisões de política monetária é "sempre 12 meses à frente e o ano seguinte". 

O mercado viu argumentos para colocar um pouco mais de fichas na aposta de alta mais leve da Selic, 0,5 ponto, e, dessa forma, houve alívio dos contratos curtos e, consequentemente, avanço nos vencimentos longos.

 

 

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