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Juros futuros sobem em dia de decisão do Copom

 Grupo que aposta em alta de 0,75 ponto porcentual na Selic pode ficar menos convicto se exterior mantiver rumo negativo

Por Patricia Lara e da Agência Estado
Atualização:

O mercado de juros futuros abriu em alta na manhã de hoje, dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central entra para a última etapa de sua reunião decisória circundado pela expectativa de que promoverá o primeiro aperto monetário no Brasil desde setembro de 2008. No exterior, o cenário é de turbulência, provocada pelas apreensões sobre gerenciamento de déficits governamentais de países na Europa.

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 No mercado, o grupo que aposta em alta de 0,75 ponto porcentual na Selic pode ficar menos convicto se o exterior mantiver o rumo negativo. E a previsão de elevação de 0,50 ponto porcentual da Selic pode se revigorar. Mas se o exterior apresentar uma melhora significativa, a dinâmica pode mudar no mercado de contratos de depósitos interfinanceiros (DIs), gerando a consolidação da previsão de aumento de 0,75 ponto porcentual da Selic hoje.

 "O mercado futuro de juros fica em função do cenário externo. E por hora, com a incerteza no exterior, aumenta chance de elevação da Selic de 0,50 ponto porcentual, o que deve retirar prêmio na parte curta da curva e transferi-lo para os (contratos com vencimentos) longos. Mas se lá fora melhorar, tudo pode mudar", comentou um operador da mesa de renda fixa de um banco.

 Mas o exterior ganhou uma configuração melhor nas últimas horas. As expectativas de que a Alemanha dê seu aval definitivo para a liberação do pacote de ajuda da União Europeia - Fundo Monetário Internacional (FMI) de 45 bilhões de euros para a Grécia sustentam uma recuperação das bolsas europeias e grega, após as fortes perdas de ontem, agravadas pela decisão da agência Standard & Poor´s de rebaixar os ratings soberanos da Grécia e de Portugal.

 O mês do último aumento da taxa básica brasileira foi o mesmo em que o Lehman Brothers, o banco de investimento norte-americano, foi à concordata, o que agravou a crise hipotecária norte-americana e empurrou vários países do mundo para a recessão. No Brasil, a crise gerou medidas como redução dos juros em janeiro de 2009, estímulos fiscais, medidas para melhorar da liquidez financeira, consolidação bancária e danos a empresas expostas a derivativos complexos.

 Na esfera doméstica, a atividade e a inflação estão em ritmo forte. As expectativas de inflação se deterioraram e os economistas chegam ao dia do Copom divididos. Pesquisa feita pela Agência Estado junto a 66 instituições mostrou que 35 casas esperam um aumento da taxa de juros em 0,50 ponto porcentual; 30 aguardam uma elevação de 0,75 ponto porcentual e apenas uma casa prevê uma puxada de 1 ponto porcentual da taxa, que se encontra atualmente em 8,75% ao ano.

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