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Juros longos disparam e fecham nas máximas após Fed

O contrato para janeiro de 2017 chegou a 11,50%, ante 11,05% na véspera e 10,87% antes do Fed

Por Marcio Rodrigues e da Agência Estado
Atualização:

O fim da tão esperada reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta quarta-feira, 19, provocou a aceleração da alta nas taxas de juros de longo prazo, enquanto as curtas reduziram a queda, mas ficaram perto do ajuste anterior.

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O mercado sequer esperou as declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, para reagir. A partir do comunicado, em que o BC dos Estados Unidos anunciou a manutenção do juro entre zero e 0,25% e reviu para baixo as projeções para a taxa de desemprego em 2014, as taxas longas de juros domésticas desaceleraram a queda e acabaram virando. Quando Bernanke falou, os juros passaram a renovar máximas, ao mesmo tempo em que o dólar subia e a Bovespa desabava.

O Fed reduziu a estimativa para a taxa de desemprego em 2014 para algo entre 6,5% e 6,8%. A reação do mercado ocorreu porque o indicador em 6,5% é o gatilho para a virada da política monetária norte-americana. Depois, o presidente do Fed afirmou que existe consenso entre os membros do órgão para reduzir as compras de bônus ainda neste ano. Foi o mote definitivo para que os juros domésticos de longo prazo disparassem, em linha com a forte alta das taxas dos títulos da dívida dos EUA.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para outubro de 2013 (125.390 contratos) estava na máxima de 8,46%, igual ao ajuste anterior e de 8,41% antes do Fed. O DI para janeiro de 2014 (388.330 contratos) marcava máxima de 9,00%, ante 8,97% na véspera e de 8,89% minutos antes de Bernanke. Os juros embutem chance majoritária de a Selic subir 0,75 ponto porcentual no encontro de julho do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, com a Selic terminando o ano acima de 10%.

O vencimento para janeiro de 2015 (270.860 contratos) indicava taxa máxima de 10,41%, ante 10,19% na véspera e 10,04% antes do Fed. Na ponta mais longa da curva a termo, o contrato para janeiro de 2017 (199.525 contratos) apontava máxima de 11,50%, ante 11,05% na véspera e 10,87% antes do Fed. O DI para janeiro de 2021 (15.325 contratos) estava na máxima de 11,63%, de 11,27% do ajuste anterior e de 11,12% antes do BC dos EUA.

"A disparada dos juros longos ocorre com a saída de estrangeiros. Ao reduzir a projeção da taxa de desemprego para o que seria o gatilho de um aumento de juros e sinalizar definitivamente que a redução das compras de bônus acontecerá neste ano, o estrangeiro decide ampliar o movimento de saída do Brasil", afirmou um operador, destacando esses reflexos com a disparada do dólar e a queda forte da Bovespa. O dólar à vista fechou com alta de 1,29%, a R$ 2,2050.

Mais cedo, as taxas caíam em reação à queda de 1,2% do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em junho ante maio, apurado na prévia da Sondagem da Indústria, para 103,7 pontos, voltando a ficar abaixo da média histórica recente de 104 pontos. É a menor pontuação desde julho de 2012, segundo os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

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