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Justiça determina reintegração de posse da Vale em Carajás

Por Agencia Estado
Atualização:

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) divulgou novo comunicado sobre a ocupação, iniciada ontem, dos índios da terra indígena Xikrin, das aldeias Catete e Djudjêkô nas instalações da mineradora em Carajás (PA). A companhia corrigiu de 150 para 200 o número de indígenas que participaram da invasão das instalações e informou que os nativos estavam "armados de arcos, flechas e bordunas". A empresa esclareceu que, às 10 horas de hoje, a Justiça concedeu liminar ao pedido de reintegração de posse, que foi requisitado pela CVRD ontem à noite, quando da invasão. "A empresa vai entrar também com uma representação criminal perante a Delegacia de Polícia Federal e o Ministério Público Federal, cobrando a apuração das condutas criminosas dos índios", diz o comunicado. A Vale também forneceu detalhes sobre a invasão: "Divididos em grupos, ocuparam a pêra ferroviária, locomotivas e a sala de controle de pátio, dentre outras instalações. Os índios danificaram equipamentos, furtaram objetos pessoais de funcionários, saquearam o restaurante e dispensas de alimentos e se apoderaram de rádios de comunicação. No momento da invasão, havia aproximadamente três mil empregados em Carajás. Os índios tomaram as chaves dos ônibus que levariam de volta para casa, no Núcleo Urbano, seiscentas pessoas, que foram mantidas reféns por cerca de duas horas." De acordo com a companhia, na manhã de hoje, "mais de cinco mil empregados que iriam iniciar o turno de serviço foram impedidos de entrar na área industrial". Conforme a mineradora, as atividades operacionais estão suspensas. A produção diária de Carajás é de 250 mil toneladas de minério de ferro. A Vale encerra o comunicado esclarecendo desconhecer o motivo da invasão. "Há rumores de que a intenção é pressionar a empresa a aumentar os recursos financeiros destinados à comunidade indígena, devidamente pactuados com os Xikrin e cujas liberações encontram-se rigorosamente em dia. A CVRD não compactua com tais métodos ilegais, não cederá a chantagens de qualquer espécie - reiteradamente usadas pela comunidade Xikrin - e destaca que as operações da empresa não estão em terras indígenas", destaca o aviso.

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