A Magnesita Refratários fará uma oferta pública primária de 30,7 milhões de ações ordinárias, com esforço de colocação no exterior. Ao preço da ação no pregão de ontem, R$ 10,08, a oferta pode atingir R$ 309,456 milhões, sem contar os lotes adicional, de até 20% da quantidade inicial (mais 6,14 milhões de ações) e o suplementar, de até 15% (ou 4,605 milhões). Com o exercício integral desses lotes, a distribuição passaria a 41,45 milhões de papéis e alcançaria R$ 417,8 milhões (ainda pela cotação mais recente).
O preço da ação na oferta será fixado dia 2 de fevereiro, quando se encerra o procedimento de coleta de intenções de investimento (bookbuilding), que abre dia 19 de janeiro. O período de reserva vai de 26 de janeiro a 1º de fevereiro, conforme cronograma estimado no prospecto preliminar da oferta. O coordenador líder é o Itaú BBA ao lado do Credit Suisse.
A oferta de varejo será de no mínimo 10% e máximo de 15% das ações, para investimentos de R$ 3 mil a R$ 300 mil.
O pedido de oferta foi protocolado na Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em 20 de dezembro, quando a companhia estimava entre R$ 255 milhões e R$ 425 milhões.
A empresa espera obter registro da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 3 de fevereiro e dar início à negociação das ações objeto da oferta na BM&FBovespa em 4 de fevereiro. A liquidação da oferta deve ocorrer no dia 8 do mesmo mês.
Segundo a empresa, a oferta tem como objetivo liquidar parcialmente uma Nota de Crédito à Exportação, cujo vencimento final ocorre em 5 de março de 2015. A contratação dessa nota - com saldo em 30 de setembro de 2010 de R$ 704,1 milhões e juros de CDI + 2,75% - tinha o propósito de financiar as exportações de sinter de magnesita e materiais refratários e refinanciar outras dívidas bancárias. Ao liquidar parcialmente a nota a empresa espera acelerar a realização de investimentos e aumentar sua autossuficiência e verticalização em matérias-primas, conforme o prospecto. Os investimentos incluem R$ 220 milhões para expandir em 120 mil toneladas ao ano a produção de M-30 (sínter) até 2012 em Brumado (BA); e R$ 80 milhões na mina de grafita, nos próximos 24 meses para produção de 40 mil toneladas ao ano. A empresa informou ainda que detém recursos em caixa para utilização nos investimentos.