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Mercado de câmbio global deve centrar foco nos testes de estresse

Às 13h25 (horário de Brasília) o euro estava em US$ 1,2961, acima de US$ 1,2927 na tarde da sexta-feira em Nova York

Por Ligia Sanchez e da Agência Estado
Atualização:

Os resultados dos testes de estresse dos bancos europeus que serão publicados na próxima sexta-feira (23) devem ser o principal assunto dos mercados de câmbio, desviando um pouco a atenção dos investidores da saúde da economia dos Estados Unidos. Nos últimos meses, o dólar foi o principal foco dos investidores, já que os temores de um segundo mergulho na recessão nos EUA impulsionou a queda da moeda, com o euro superando por algum tempo US$ 1,30 na sexta-feira e a libra esterlina subindo cerca de 3% ante o dólar desde o início de julho. Com tanta atenção nos EUA, o mercado acabou ignorando os riscos associados aos testes de estresse que estão sendo realizados nos bancos europeus, segundo muitos participantes do mercado. Isto significa que qualquer resultado negativo dos testes poderá ameaçar o atual rali das moedas percebidas como de risco, e movimentos como o do euro durante o mês passado poderiam ser revertidos. "Se os testes forem vistos como superficiais ou apenas um exercício para fingir que tudo está bem, o euro vai sofrer uma onda de venda, devendo levar ativos de risco junto", afirma um analista de moedas do UBS AG, Beat Siegenthaler. Seja qual for o resultado dos testes de estresse dos bancos europeus, os mercados de moedas devem responder significativamente. "Se o sistema bancário europeu não conseguir inspirar confiança, levará a um novo ataque de aversão a risco", avalia a analista de moedas Melinda Burgess, do Royal Bank of Scotland.As moedas que tendem a ter desempenho melhor quando os investidores estão otimistas, como a libra esterlina, o dólar australiano e o dólar canadense, podem cair se os resultados decepcionarem, enquanto moedas percebidas como um porto seguro, como o iene e o franco suíço, podem subir. Por outro alado, um resultado positivo poderia melhorar a confiança no sistema bancário europeu, levando o dólar a cair mais. "Se os testes forem vistos como confiáveis, levando a fragilidade do setor bancário a ser controlada, pode ser um ponto de inflexão para o euro e para o risco de modo mais amplo", afirmou Siegenthaler, do UBS.Durante o mês passado, o sentimento do mercado para o dólar tornou-se negativo depois que uma série de dados fracos do mercado dos EUA levantou preocupações sobre a recuperação do país e as expectativas de um aumento da taxa de juros neste ano foram substituídas por temores de que o Federal Reserve poderia retomar a compra de títulos para impulsionar a economia, o que afetaria negativamente a moeda. Ao mesmo tempo, preocupações sobre os problemas de dívidas da zona do euro diminuíram de alguma forma, com países mais pressionados como a Espanha vendendo títulos do governo com sucesso. A combinação destes fatores ajudou o euro a se recuperar do nível mais baixo em quatro anos frente ao dólar e, desde o início de junho, a moeda já valorizou mais de 8%. Outras moedas também ganharam: na sexta-feira, o iene subiu para o nível mais alto em sete meses frente ao dólar e a libra esterlina atingiu seu nível mais alto perante o dólar desde o final de abril, na quinta-feira. Às 13h25 (horário de Brasília) o euro estava em US$ 1,2961, acima de US$ 1,2927 na tarde da sexta-feira em Nova York. As informações são da Dow Jones.

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