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Bolsas internacionais caem em torno de 2% com temor de invasão russa na Ucrânia

Além da questão geopolítica, investidores seguem atentos ao quadro inflacionário mundial, que pode ser agravado pelo conflito entre os países

Por Sergio Caldas e Ilana Cardial
Atualização:

Os principais índices do exterior fecharam com queda em torno de 2% nesta segunda-feira, 14, diante da escalada do conflito entre a Rússia e países ocidentais na região da Ucrânia, que pode agravar ainda mais o quadro inflacionário enfrentado pelas maiores economias do mundo.

As negociações sobre a crise na Ucrânia seguem no noticiário. Na sexta-feira, 11, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, disse haver informações de que um ataque russo à Ucrânia poderá ocorrer antes do fim da Olimpíada de Inverno de Pequim, que se encerra no próximo dia 20. No domingo, 13, o presidente dos EUA, Joe Biden, voltou a alertar que a Casa Branca reagirá de forma dura a uma eventual invasão russa.

Soldado ucraniano descansa no front de Trokhizbenka, em 2 de fevereiro;No domingo, 13, o presidente dos EUA, Joe Biden, voltou a alertar que a Casa Branca reagirá de forma dura a uma eventual invasão russa Foto: Tyler Hicks/The New York Times

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Hoje, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) garantiria a segurança de seu país. Já o chanceler alemão, Olaf Scholz, reafirmou estar pronto para debater segurança europeia com a Rússia, segundo a Reuters. O G7, por sua vez, reforçou estar pronto para impor sanções à Moscou, em caso de invasão. Na sexta-feira, a Casa Branca projetou que o presidente russo, Vladimir Putin pode agir nos próximos dias.  

Em relatório, a Capital Economics prevê que uma guerra na região  da Ucrânia adicionaria até dois pontos porcentuais à inflação de países desenvolvidos, em especial os europeus. Um quadro de conflito poderia levar os bancos centrais a optarem por um aperto monetário mais agressivo, enquanto os governos relaxariam sua política fiscal, afirma a consultoria. 

Na semana passada, dados fortes da inflação americana já tinham reforçado a avaliação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) terá de elevar juros de forma agressiva ao longo do ano. Já na zona do euro, a persistência da inflação alimenta especulação sobre uma possível alta de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) ainda este ano.

Na Europa, o índice Stoxx 600, que concentra as principais empresas do continente europeu, caiu 1,83%. Durante o pregão, a Bolsa de Frankfurt chegou a atingir o nível mais baixo desde outubro de 2021 - no fechamento, caiu 2,02%. A Bolsa de Londres caiu 1,69% e a de Paris, 2,27%. Milão, Madri e Lisboa baixaram 2,04%, 2,55% e 1,49% cada.

Na Ásia, o clima também foi de queda. A Bolsa de Japão cedeu 2,23%, enquanto Hong Kong recuou 1,41%, Seul, 1,57% e Taiwan, 1,71%. Os índices chineses de Xangai e Shenzhen baixaram 0,98% e 0,43% cada. Em Nova York, o Dow Jones fechou em baixa de 0,49%, o S&P 500 caiu 0,38% e o Nasdaq ficou estável.

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No câmbio, a cautela apoiou a demanda pelo dólar. A Western Union menciona as tensões geopolíticas e também a postura do Fed impulsionadores da moeda. No horário citado, o dólar subia a 115,58 ienes, o euro recuava a US$ 1,1301 e a libra tinha baixa a US$ 1,3525. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu 0,30%, a 96,374 pontos.

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