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Mercados internacionais buscam recuperação, mas avanço da inflação global fica no radar

Desafios impostos pela retomada da economia, como os problemas na cadeia de suprimentos e a escassez de insumos, foram tema de encontro entre líderes dos bancos centrais hoje

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Por Redação
Atualização:

Com exceção da Ásia, que precificou apenas nesta quarta-feira, 29, o recuo dos mercados ontem, o dia foi positivo para os índices internacionais, passadas as tensões em torno do avanço da inflação global. Ontem, as dificuldades impostas pela retomada econômica, como os problemas da cadeia de suprimentos e a escassez de energia, somado a uma desaceleração da atividade em algumas das maiores economias do mundo gerou grande apreensão entre investidores,

Hoje, líderes de bancos centrais, em um evento promovido pelo Banco Central Europeu (BCE), falaram sobre as suas preocupações sobre a inflação. O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês)Haruhiko Kuroda, afirmou que a economia do país asiático pode retornar ao nível anterior à pandemia no fim deste ano ou no começo de 2022.

Jerome Powell, do Fed, disse que inflação ficará 'bem acima' da meta nos EUA nos próximos meses. Foto: Stefani Reynolds/The New York Times - 28/9/2021

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No mesmo evento, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que a economia da zona do euro "está de volta", mas ainda não fora de perigo. Ela citou as restrições de oferta que, na avaliação dela, têm piorado e o aumento do custo da eletricidade nos países da região, resultado de um salto no preço do gás natural. Já Andrew Bailey, presidente do Banco da Inglaterra, afirmou que a política monetária não pode resolver os problemas de oferta e escassez de insumos, que causam a inflação.

Por sua vez, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano)Jerome Powell, atribuiu o atual avanço da inflação à combinação de demanda robusta e restrições de oferta e disse que a perspectiva econômica para os Estados Unidos é positiva no médio prazo, mas que a inflação ficará "bem acima" da meta nos EUA nos próximos meses, antes de começar a perder fôlego.

Powell disse ainda que o Fed está perto de atingir o "progresso substancial" necessário para o começo do chamado 'tapering', o processo de redução gradual das compras de ativos. Para a Capital Economics, um tapering no próximo ano ou depois não deverá pesar muito no mercado de ações dos EUA, que deverá ter pequenos ganhos nos próximos dois anos. No entanto, a consultoria aponta para potencial aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano. Em resposta, o rendimento dos papéis com vencimento para dez e trinta anos, que vinham em queda forte, diminuíram o ritmo de perda, com baixas de 1,528% e 2,075% cada.

Bolsa de Nova York

Em Nova York, apenas o Nasdaq caiu, com o investidor monitorando o impasse sobre o teto da dívida. Hoje, o Congresso americano calculou que o governo americano ficará "sem caixa" para pagar suas obrigações entre o final de outubro e o começo de novembro se não houver uma suspensão da regra. O tema ainda não foi analisado no Senado.

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Entre os índices, o Dow Jones subiu 0,26% e o S&P 500 ganhou 0,16%, mas o Nasdaq teve baixa de 0,24%. 

Bolsas da Europa

Na agenda de indicadores da Europa, o índice de sentimento econômico da zona do euro subiu de 117,6 pontos em agosto a 117,8 pontos em setembro, contrariando a previsão de queda dos analistas. O movimento ajudou nos ganhos dos ativos, com o índice Stoxx 600 em alta de 0,59%, enquanto a Bolsa de Londres teve ganho de 1,14%, a de Paris, de 0,83% e a de Frankfurt, 0,77%. Já os índices de Milão, Madri e Lisboa subiram 0,64%, 1,25% e 0,58%.

Bolsas da Ásia

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As Bolsas asiáticas cederam, de olho no recuo de Nova York do dia anterior. A Bolsa de Tóquio caiu 2,12%, enquanto Taiwan teve recuo de 1,90%, Seul, de 1,22% e os índices chineses de XangaiShenzhen, 1,83% e 2,29% cada. Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, seguindo o tom predominante do continente asiático e caiu 1,08%.

Na contramão, a Bolsa de Hong Kong avançou 0,67% hoje, enquanto as ações da Evergrande saltaram 14,98%, após a incorporadora revelar que uma de suas unidades chegou a um acordo para vender participação de quase 20% em um banco estatal, por cerca de US$ 1,5 bilhão.

Petróleo

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petróleo fechou em baixa nesta quarta-feira, após um pregão volátil, pressionado pela valorização do dólar e um aumento dos estoques da commodity energética nos EUA. Segundo dados do Departamento de Energia dos EUA (DoE, na sigla em inglês) informou que houve uma alta semanal de 4,578 milhões de barris nos estoques da commodity armazenados no país. 

Também houve uma continuidade da realização de lucros vista ontem, após cinco sessão consecutivas de ganhos. Em Nova York, o WTI para novembro caiu 0,61%, a US$ 74,83 o barril, enquanto o Brent para dezembro recuou 0,33%, a US$ 78,09 o barril em Londres. /MAIARA SANTIAGO, ILANA CARDIAL, IANDER PORCELLA, GABRIEL BUENO DA COSTA E SÉRGIO CALDAS

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