Os principais índices do exterior fecharam mistos nesta quarta-feira, 30, com as Bolsas da Europa em forte queda, de olho no avanço da variante Delta do coronavírus. Além disso, indicadores das economias americana, europeia e asiática também foram monitorados.
Identificada inicialmente na Índia, a variante Delta continua se espalhando pelo mundo e forçando vários países a rever planos de reabertura econômica. No Reino Unido, a cepa já é predominante e responde por 99% dos novos casos. O país também voltou a ter mais de 20 mil novos infectados nos últimos dias pela primeira vez desde janeiro.
Para tentar conter a cepa, Portugal e Espanha foram alguns dos países que impuseram restrições a viajantes vindos do país insular. O governo da França já fala em uma possível quarta onda de infecções. Na Alemanha, a variante representou 36% dos novos casos da doença na semana encerrada em 20 junho, ante 15% nos sete dias anteriores.
Na agenda de indicadores, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos caiu de 75,2 em maio para 66,1 em junho, atingindo o menor nível em quatro meses. O resultado ficou abaixo da previsão de 70 do The Wall Street Journal. O relatório ADP, prévia do relatório de emprego (payroll) de junho, que sai na sexta-feira, mostrou que o setor privado americano criou 692 mil vagas em junho, acima das expectativas de 500 mil.
Na China, o PMI de compras recuou marginalmente entre maio e junho, de 51 para 50,9, ficando acima da expectativa de analistas, que previam queda a 50,7. A leitura indica que a manufatura da segunda maior economia do mundo se expande em ritmo bem modesto. Na zona do euro, o índice de preços ao consumidor subiu 1,9% em junho ante igual mês do ano passado, desacelerando levemente em relação ao acréscimo anual de 2% observado em maio.
Bolsas da Europa
De olho no avanço da variante Delta, o mercado europeu fechou em queda. O índice Stoxx 600, que reúne as principais ações da região, cedeu 0,77%, enquanto a Bolsa de Londres recuou 0,71%, Frankfurt teve queda de 1,02% e Paris perdeu 0,91%. Os índices de Milão, Madri e Lisboa tiveram baixas de 1,01%, 1,05% e 0,95%.
Bolsa de Nova York
A cautela com a variante, somada à realização de lucros típica do fim de mês, deixaram os índices de Nova York mistos. Dow Jones subiu 0,61%, enquanto S&P 500 teve ganho de 0,13%, batendo novo recorde de fechamento. O Nasdaq, no entanto, teve baixa de 0,17%.
Bolsas da Ásia
Diante dos dados positivos, os índices chineses de Xangai e Shenzhen subiram 0,50% e 1,02% cada. A Bolsa de Seul se valorizou 0,30%, enquanto Taiwan registrou alta de 0,89%. Por outro lado, a Bolsa de Tóquio teve ligeira baixa de 0,07% e o Hong Kong caiu 0,57%.
Na Oceania, a bolsa australiana terminou a sessão com modesta valorização de 0,16%, apesar de recentes lockdowns adotados em grandes cidades do país em função de surtos relacionados à Delta.
Petróleo
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta hoje, impulsionados pela publicação de dados de estoques nos Estados Unidos, que apresentaram um recuo maior do que o esperado por analistas durante a última semana. Segundo o Departamento de Energia americano, foi registrada uma queda de 6,718 milhões de barris, a 452,342 milhões, na semana encerrada em 25 de junho. Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam recuo menor, de 3,6 milhões de barris.
O WTI para agosto fechou em alta de 0,67%, a US$ 73,47 o barril, enquanto o Brent para setembro subiu 0,46%, a US$ 74,62 o barril. /MAIARA SANTIAGO, ANDRÉ MARINHO, ILANA CARDIAL, MATHEUS ANDRADE E SÉRGIO CALDAS