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Mercados internacionais fecham mistos em dia de decisão do Federal Reserve

Banco central americano manteve sua política monetária e defendeu a adoção de estímulos, mas decisão foi anunciada quando Bolsas da Europa e Ásia já estavam fechadas

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Por Redação
Atualização:

Os principais índices do exterior fecharam mistos nesta quarta-feira, 28, à espera da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que veio apenas quando as Bolsas da Europa e da Ásia já estavam fechadas. Como era esperado pelo mercado, a autoridade manteve sua política monetária inalterada, com os juros dos Estados Unidos entre 0% e 0,25% ao ano.

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No discurso acerca da inflação, o Fed reconheceu a resistência dos preços, mas avalia que, em grande medida, reflexo de efeitos transitórios. Assim, para o banco central americano, o rumo da economia continua a depender da trajetória da covid-19 e do progresso de vacinação. "Ainda há, porém, riscos à perspectiva econômica", reconheceu. Além disso, o Fed reconheceu que está preparado para ajustar a política monetária, caso seja necessário.

No documento, os diretores disseram ainda que a instituição continuará comprando ao menos US$ 80 milhões em títulos do Tesouro americano por mês e anunciaram dois programas de recompra de ativos (repo), que "ajudarão mercados monetários a apoiar implementação da política" e "a manter um funcionamento adequado".

Traders da Bolsa de Nova York observaram de perto o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Foto: Andrew Kelly/Reuters

Já o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o banco central americano continua “fortemente comprometido” para atingir seus dois principais objetivos, que são a estabilidade de preços e a máxima geração de empregos. “A política monetária garantirá apoio durante a recuperação da economia. O PIB caminha para seu crescimento mais forte em décadas neste ano”, destacou.

Além disso, Powell, afirmou que "subir juros não é algo que esteja em nossos radares neste momento. Ele destacou que "um aspecto importante da recuperação (econômica) é quão desigual ela é entre países. Enquanto houver riscos de novas ondas e variantes da covid, ninguém está seguro." 

Em segundo plano, o mercado também seguiu precificando o aumento do cerco regulatório na China, após o governo local criar regras mais rígidas para empresas de tecnologia e organizações de ensino privadas, movimento que pode frear o crescimento de empresas privadas no país em prol da agenda econômica governamental.

Bolsa de Nova York

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Apesar da fala pró-estímulos do Fed, no entanto, o mercado de Nova York fechou misto, com os investidores de olho nos balanços de Facebook e Ford, divulgados após o fechamento do mercado. Dow Jones e S&P 500 caíram 0,37% e 0,02% cada, enquanto o Nasdaq foi na contramão e subiu 0,70%.

Bolsas da Europa

No mercado europeu, o clima foi positivo à espera do Fed. O índice Stoxx 600 avançou 0,66%, enquanto a Bolsa de Paris subiu 1,18%, apoiada na forte alta de 4,54% da Renault. Já a Bolsa de Londres teve ganho de 0,29% e Frankfurt, de 0,33%.

Milão, Madri e Lisboa subiram 0,67%, 0,40% e 1,13%. O papel do Santander cedeu 3,04% na Bolsa espanhola. Apesar de superar as expectativas de analistas no lucro do segundo trimestre, o banco registrou queda nas provisões e no lucro antes de impostos no período, em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

Bolsas da Ásia

O mercado asiático fechou sem sinal único. Os índices chineses de Xangai e Shenzhen recuaram 0,6% e 0,8% cada, enquanto Tóquio cedeu 1,4%, após o governo japonês continuar registrando recorde de casos em meio à realização dos Jogos Olímpicos. Na contramão, Hong Kong teve alta de 1,5% e Seul subiu 0,1%.

Na Oceania, a bolsa australiana encerrou em baixa de 0,7%, após ter renovado ontem o recorde histórico de fechamento.

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Petróleo

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta, nesta quarta-feira. Durante uma semana marcada pela preocupação do mercado com a variante delta do coronavírus, os ativos da commodity ganharam força hoje após divulgação da queda nos estoques do óleo nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), foi registrada uma queda de 4,089 milhões de barris na semana mais recente.

Além disso, a espera pelo Fed fez com que o dólar operasse em alta ante rivais durante boa parte da sessão, o que limitou ganhos para o barril, uma vez que torna o petróleo, cotado na moeda americana, mais caro para detentores de outras divisas. Com isso, o WTI com entrega prevista para setembro fechou em alta de 1,03%, a US$ US$ 72,39, enquanto o Brent para outubro, por sua vez, fechou com ganho de 0,48%, a US$ 73,83 o barril. /